Santa criatividade, Leite.
A palavra de ordem de pessoas talentosas, coerentes, competentes e centradas como as que compõem a diretoria de futebol do Flamengo é "PLANEJAMENTO". E de tão talentosas, coerentes, competentes e centradas que são, essas pessoas sabem, com excelência ímpar, fazer exatamente o oposto do que prega a palavra. Estou sendo rabugento? A conferir:
Kléber Leite chegou ao clube em 2005 para salvar o time de mais uma luta contra o rebaixamento. Disse que trabalharia apenas com essa meta e depois sairia do clube, abrindo espaço para a reformulação tão prometida pelo presidente Marcio Braga. Trouxe Joel Santana e conseguiu livrar o time. Então, KL decidiu continuar no cargo, claro, não consegue ficar longe dos holofotes e falou que iria fazer um trabalho de longo prazo para colocar o time nos trilhos. E começou trocando o treinador no início de 2006, dois meses depois de trazer o Joel.
Waldyr Espinoza assumiu e caiu logo depois. Veio o irmão do Oswaldo de Oliveira que foi mandado embora na final da Copa do Brasil, dando lugar ao eliminado Ney Franco. Ney chegou e ganhou a competição no eterno par ou ímpar contra eles. Para o dirigente magnânimo do Flamengo, finalmente o cara certo havia sido contratado. Agora era hora de trabalhar. Para o dirigente, o Flamengo iria trabalhar com calma e se planejar para 2007, visando a Libertadores.
O Flamengo ganhou a Copa do Brasil no ano passado e, com isso, teve os últimos cinco meses do ano para pensar em 2007. Nos últimos cinco meses do ano não fez sequer uma contratação, não planejou venda de ingressos na Libertadores, não usou o Brasileirão para preparar a equipe, em suma, não fez nada.
Veio 2007 e só então o Flamengo trouxe alguém: Souza. Como tudo o que se passa no Flamengo, os jogadores que lá funcionam, cá não jogam nada. E Souza não foi diferente. Não esteve bem e o time ainda perdeu Obina. Para o seu lugar, trouxeram um atacante? Não, veio o Léo Lima. Vencedor do estadual e eliminado da Libertadores, KL continuava dizendo que o treinador seria mantido para o trabalho a longo prazo, mirando o exemplo de Grêmio e São Paulo.
Mais uma vez, Kléber não manteve sua palavra. Bastou que Roger, sem condições de jogar 90 minutos, ficasse no banco para todo o trabalho do Ney Franco ser jogado no lixo. E como nada no Flamengo é planejado, trouxe Joel Santana para tentar livrar o time de sua maior vergonha, de novo. Além disso, depois de passar os primeiros seis meses do ano dizendo que o time não devia nada a ninguém, trouxe, numa tacada só, todo um meio campo titular, mesmo sem dinheiro para pagar salários. Esse, inclusive, um outro ponto clássico que prova a incapacidade do supra-citado.
Na condição de vice-presidente de futebol, ele tem como uma de suas funções arrumar um jeito para garantir os pagamentos dos jogadores e comissão técnica. O que ele fez foi mudar, de novo, mais uma vez, a camisa do time, entupindo de logomarcas de um patrocinador que não paga. O curintia, adversário de ontem, tem apenas um, que paga. Em vez de KL procurar outro e colocar a marca no mercado, prefere ficar preso à ridículas tradições ou acreditar que uma Timemamata vá solucionar tudo de uma hora para outra.
Enquanto isso, a torcida antiga do Flamengo não vai mais aos jogos, não conhece um jogador do time e só lamenta. A torcida intermediária (na qual me incluo), vai perdendo o tesão e se irritando ano após ano com tamanha incapacidade demonstrada pelos dirigentes, em algo que parece tão simples nos outros clubes. E a torcida mais jovem, segue com saudades de Renato Saci e achando que Obina é melhor do que Eto.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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