A Gota D’Água que Transbordou o Copo
Perder três partidas seguidas, perder de goleada e perder ponto pra timinho são três motivos clássicos para demissão de treinadores que os tribunais informais do povo consideram justos e bons. Mesmo com todos esses motivos e grande parte da torcida do Flamengo contra si, Ney Franco se mantinha no cargo. Mas a falta de ofensividade, o empatiguismo e a sua obtusa insistência em dirigir uma improvável miniatura do Flamengo finalmente o mandaram para a vala.
As condições pra ele se manter no emprego eram muito claras:
Se o Flamengo voltasse a perder ponto pra time pequeno, um abraço.
Para se garantir no cargo, mais uma vez contrariando tudo que o Flamengo aprendeu a ser em 111 anos de glórias, o personal estrategista mandou a campo o Mais Querido Precisando de Vitória Desesperadamente com 7 indivíduos sem qualquer compromisso com o ataque. Mesmo com a defesa superpovoada por 1 goleiro, 3 zagueiros e 3 cabeças de área, modelo tático tabajariano de preferência do Ney, conseguiu estar apanhando de 2 x 0.
Pra que tanta cautela? Até os gandulas do Morumbi sabiam que o prazo de validade do Ney estava vencido, não havia necessidade de tanta presepada.
Uma mudança de técnico do Flamengo sempre se dá em condições traumáticas, é um acontecimento que provoca verdadeiros abalos sísmicos. Diante de um fato tão impactante fica até difícil analisar a pelada. O Flamengo mostrou regularidade jogando mal como sempre. As cafajestadas dos nossos zagueiros já viraram rotina. Aliás, esses zagueiros que o Ney mandou contratar são a sua herança maldita, ele vai embora, mas deixa seus homem-bomba. Renato Augusto ainda não voltou a jogar o futebol que mostrou no ano passado e aguardamos ansiosos pela sua estréia no Campeonato Brasileiro.
Quem estreou e bem foi o Roger. Apesar de todo o auê que fizeram na imprensa sobre uma homenagem ao Adílio o cara entrou no lugar do Jaílton com o Manto 16 enquanto o Christian chutava a bola pra onde o nariz apontava com a 8. Mas não importa o número da camisa, há quantos meses não se acertava um bom passe de primeira no Flamengo? Há muito tempo que o Flamengo se ressentia da falta de um jogador capaz de enxergar ao menos um lance à frente. O passe de Roger que provocou o primeiro gol, encontrado o Léo Moura no tempo e local exato comprova que a inteligência faz bem ao belo esporte. Confirmando o argumento que usei anteriormente, contra o Corinthians até o Léo Medeiros faz gol, chega de falar no jogo.
A Diretoria informa que só amanhã vão anunciar o novo treinador. Anunciar o nome não significa apresentar o novo treinador e isso parece ser um forte indício de que o novo treinador ainda está empregado em algum clube. Enquanto isso a torcida fica indócil como menino que monta guarda ao lado da árvore de Natal, esperando a hora de rasgar o papel do embrulho sem saber ainda qual é o presente. Sonhar é grátis e para o Flamengo nada é impossível. Baseados nessas duas verdades os torcedores fazem suas apostas que vão de Luxemburgo à Tite, passando por Renight, Adílio e Abelão. A preocupação é grande e os mais religiosos já organizam novenas contra a chegada de Joel Cachaça.
E vejam que ironia: no Mineirão, mais cedo, o Adílio que foi homenageado pelo Christian, conquistou mais um troféu para sua extensa coleção como treinador: a Copa BH de Juniores. Jogando fechadinho na defesa e empatando com o Cruzeiro em 1 x 1 com um bizarro gol de bicicleta contra. Nos pênaltis 5 x 4 pro Mengão. Como pontificou o grande aforista Dadá Peito-de-Aço, não existe gol feio. Feio é perder o gol. Parabéns pro Adílio e pra molecada dos Juniores. Tem que aturar, é mais um título pro Mengão.
Mengão Sempre
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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arthur_muhlenberg
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