domingo, 8 de julho de 2007

Flamengo, destruidor de mitos.


Que o time do Flamengo é nota 5, quase 6, todo mundo já sabia. A novidade para muita gente foi constatar a fragilidade, a inoperância e a previsibilidade do time do São Paulo. Todos viram que o São Paulo é um time de uma jogada só, com um ataque anêmico e poucos indícios de vida inteligente no meio de campo. Em 90 minutos a saltitante equipe dos alagadiços do Morumbi foi incapaz de tramar uma jogada criativa, de uma troca de passes elaborada, de um lampejo de inteligência. Muito pelo contrário, o incensado e dito um dos melhores times do país restringiu-se a monótonos e ineficazes cruzamentos chuveirados na área. A zaga rubro-negra, em noite impecável, neutralizou com tranqüilidade as patéticas e mal executadas imitações do futebol bretão em que o São Paulo lusamente insistiu.

Enquanto o tricolor paulista decepcionou por não corresponder as artificiais e exageradas expectativas criadas sobre si o Flamengo brindou a torcida com belas surpresas. Diego, ainda motivo de preocupação pra muita gente mostrou que esse ano passado no banco o fez crescer como profissional. Está visivelmente mais maduro e melhorou muito na reposição de bola. Na espetacular defesa da falta cobrada pelo Rogério achei que até os braços de Diego cresceram, foi muito pontinha de dedo. Eu, que fui um dos que mais malhou o cara em 2005 reconheço que ele evoluiu.

Outra agradável surpresa foram os laterais reservas Luisinho e Egídio. Luisinho jogou fácil, apoiou com consciência e marcou com seriedade. Ao contrário do Léo Moura, Luisinho tem um extraordinário sentido de cobertura e não deixou a zaga na roubada em nenhum momento. Léo Moura que se cuide. Egídio esteve mais tímido e não aproveitou o espaço que teve pra apoiar, mas defensivamente foi muito bem, temos que relevar que o Manto pesa muito. Ficou evidente durante o jogo que os nossos laterais titulares não marcam absolutamente nada.

Nei Franco é cheio de defeitos, mas temos que reconhecer que sabe armar uma retranquinha eficaz. Podemos até argumentar que é esse seu duvidoso talento pra armar timinhos o maior dos seus defeitos, mas que no primeiro tempo o ferrolho neizista funcionou, isso ninguém pode negar. Durante os primeiros 45 minutos o Mengão simplesmente não deixou a bambizada jogar, marcou forte na saída de bola, encurtou o espaço no meio campo e se não fosse o pé torto do Paulinho em dois lances capitais era 2 x 0, mole. Israel vai fazer muito bem a esse rapaz, e a nós também. Hosana!

No segundo tempo o Flamengo veio cansado do vestiário, um hábito que já está ficando preocupante. É evidente que temos problema com a preparação física na Gávea. Todo mundo viu que o time prega. Nei Franco ficou lá paradão com aquela cara de quem tá esperando o pão de queijo assar assistindo o Flamengo entregar o meio de campo ao São Paulo e na única substituição tira Leonardo, que ao menos se movimenta e comprovadamente não é fominha, pra botar o inacreditável Gérson Magrão. Magrão é um fenômeno de regularidade, erra absolutamente todas as jogadas que tenta. Detesto dar veredictos definitivos sobre jogadores, mas esse cara não tem a menor condição de jogar no Flamengo.

Tivesse o Flamengo mais pulmão e sairia sábado do frio e desértico estádio paulista com uma importante vitória. Foi por muito pouco. É verdade que o resultado não nos serviu, mas pelo menos desmistificamos essa lenda criada pela deslumbrada imprensa paulista de que o São Paulo é grande coisa. Pode ser até um modelo de administração, é ponto também discutível, mas dentro das 4 linhas é um timinho fraco e sem graça, no mesmíssimo nível de todos nesse Brasileiro e que não empolga ninguém. Nem aos seus simpatizantes que proporcionaram a ridícula assistência de 17 mil pagantes, público inferior a qualquer um dos 3 Flamengo x Madureira disputados esse ano. Deve ser horrível ser um time sem torcida.


Mesmo com todos esses atenuantes para o quinto empate nessa droga de Brasileiro chato pra cacete não é possível que ainda exista quem agüente o senhor Nei Franco e sua tranqüila aceitação desse insuportável jejum de vitórias do Flamengo como se fosse uma conseqüência do aquecimento global e que ele não tivesse nada a ver com o assunto. Não enxergo no Nei Franco a mínima vontade de ganhar os jogos, não o vemos dando esporro em ninguém, é um anti-Bernardinho que a psicanálise popular classifica como sangue-de-barata. Fui um dos últimos a pedir pro cara andar, mas agora a palhaçada já passou dos limites. O mito da continuidade e do longo prazo esse time armado à la Ipatinga também destruiu.

Mengão Sempre

Flamengo Net

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