Vencer,
Vencer,
Vencer.....
(o Vasco....)
Parecia incrível, mas em tão pouco tempo lá estavam mais uma vez frente a frente Flamengo e Vasco numa decisão de campeonato em pleno Maracanã.
Foi assim em 1999, quando Rodrigo Mendes saiu de campo consagrado; foi assim em 2000 com Athirson e cia.; foi assim em 2001 no dia daquela obra prima pintada pelo Pet; e foi assim também em 2004, quando Jeanial, numa tarde iluminada meteu três na sacola vascaína. Essa seria a quinta vez em apenas sete anos que o ´Clássico dos Milhões´ definiria um título. Só que dessa vez um título de âmbito nacional, a cobiçada Copa Do Brasil, com sua valiosa vaga na Libertadores.
Tal como quarta passada, fiz o meu papel. Cheguei cedo ao Maraca, me posicionei à esquerda das cabines de rádio, ali do lado da Raça. Tudo certinho, tudo dentro dos conformes, mas um pensamento estatístico, quase matemático, tenho que confessar, me incomodava. Ganharíamos a 5ª decisão praticamente consecutiva contra nosso maior rival? Assim, sem mais nem menos, sem a menor piedade? Não seria pedir demais dos ditos ´deuses do futebol´? É verdade que dessa vez, diferente das demais, chegamos na finalíssima com uma vantagem considerável (por méritos próprios, claro). Mas talvez não fosse a derrota e a perda do título tão próximo uma compensação justa após quatro finais esmagadoras já vencidas pelo nosso esquadrão?
Talvez até fosse..... mas lá estavam frente a frente Flamengo e Vasco. O maoir time do mundo contra o seu principal coadjuvante. O time do povo, contra o time do Eurico. O Rubro-Negro campeão do mundo contra o time do cinto de segurança notório por seus vice-campeonatos. Além da obviedade dessas expressões, que apenas nos fazem lembrar quem é quem, quem chegou no Maracanã e viu o estádio vestido de vermelho e preto, teve a mesma certeza que eu tive. A certeza de que essa tal compensação ficaria adiada por mais um tempo, se é que ela virá algum dia.
Afinal, lá estavam mais uma vez, desfraldados em plena arquibancada o time de 81, contando inclusive com a presença in-loco, nas cadeiras especiais, do melhor lateral-direito que esse país já viu jogar: Leandro, nosso querido Peixe-Frito (devidamente saudado pela galera). Lá estava novamente a maior bandeira do Brasil, unindo a Raça e a Jovem num só manto. Lá estava a Nação Rubro-Negra, cantando e pulsando como nunca, tomando conta do estádio como sempre, representada por cerca de 35 mil felizardos que teriam (nesse momento eu já tinha certeza) o destino inexorável de acrescentar mais esse título ao currículo.
Quando o Bacalhau entrou em campo com aquele uniforme de coveiro (todo preto) que eles tem, a certeza virou realidade. Ironia do destino, eles haviam entrado em campo para assistirem ao próprio enterro.
Numa noite em que boa parte da vitória deve ser creditada ao Ney Franco. Primeiro, ao colocar o time pra frente, marcando em cima, não dando chance ao adversário de sequer respirar, fazendo-o inclusive perder um jogador logo de cara, expulso (facilitando muito as coisas pro nosso lado). E depois ao substituir Toró, já com cartão amarelo, pelo Obina (´que é melhor que o Eto´o...´) e mantendo a pressão lá na frente. O 1 a 0, definido pelo petardo indefensável desferido pelo Juan, ficou até barato pra turma da colina. Podíamos com justiça ter terminado o jogo e o campeonato com um placar bem mais elástico.
Mas o que importa no final das contas é que mais uma vez prevaleceu a mística que envolve Flamengo e Vasco.Times que hoje em dia seriam teoricamente parecidos, mas que quando se enfrentam cara-a-cara tornam-se gigante e sardinha (´...no Marcanã Bacalhau vira sardinha..´.).
Fico pensando aqui comigo, o que serão das próximas finais de campeonato entre Flamengo e Vasco? Será que a torcida do Vasco ainda comparecerá ao estádio para arriscar levar mais um sarrafo? Até quando esse massacre continuará....?
Eu só sei que eu continuarei lá, como sempre, do lado esquerdo das cabines de rádio, ali do lado da Raça, ´com muito orgulho e muito amor´, ´levantando poeira´ mais quantas vezes forem preciso....
quinta-feira, 27 de julho de 2006
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