Sócio Off-Rio
A discussão sobre a campanha Conte Comigo Mengão acaba entrando naquilo de falar sobre formas de fazer a enorme torcida em todo o país ter uma participação importante e direta no fortalecimento do clube. Nisso, recebo hoje um e-mail da secretaria do Flamengo, respondendo uma mensagem que enviei no dia 6 de fevereiro.
Eu queria tirar dúvidas sobre as categorias de sócio que existem no Flamengo, quanto custa cada uma e quais os seus direitos. Eles devem ter entendido tudo errado, porque me mandaram um informativo sobre o programa Sócio Off-Rio. Não é uma novidade, tenho uma lembrança vaga de ter ouvido sobre isso há anos, mas é algo pouco conhecido, de que ninguém fala.
É uma maneira da pessoa que mora a mais de 100km do Rio se tornar sócia do Flamengo. Paga-se 10 reais pela carteirinha e, a partir daí, 15 reais de mensalidade. Isso dá direito a frequentar a sede do clube em até 30 dias por ano e a participar das eleições, votando para presidente - além de receber informativos e participar de promoções, coisas que eu acho que na verdade nem devem existir. A partir de 3 anos como sócio, a pessoa já pode também passar a fazer parte dos Conselhos do clube.
Quer dizer, é algo já interessante, pra esse povo todo que vive cobrando uma maneira de ajudar de longe. Se as tais promoções realmente existissem e se buscasse parcerias pra reforçar os benefícios da coisa, é uma coisa que poderia dar pé - bastando um pouco de planejamento e um mínimo de comunicação e inteligência. E por que não deixar que os cariocas também sejam sócios dentro dessa categoria? Afinal, não deve faltar gente que não pode ou não quer frequentar a Gávea mas gostaria de alguma maneira de participar da vida do clube. E por que não dar descontos em ingressos...?
O que eu quero dizer é: já existe uma maneira dessa torcida pelo país participar e ajudar o clube, tendo algo em troca - o poder de participar da escolha do presidente, pra começar. Só que ninguém sabe disso. E este também poderia ser o embrião de um verdadeiro projeto de marketing, em moldes parecidos com o que há por aí de Sócio Torcedor - algo que seria capaz de finalmente fazer com que a torcida gerasse uma renda considerável direta para o clube.
O Botafogo tem um programa assim, que nem é grande coisa. Em seu primeiro ano, sem grandes investimentos de promoção nem nada, a coisa faturou em média 80 mil reais por mês, segundo a prestação de contas do clube. O São Paulo também tem o seu, um tanto mais bem feito, e o faturamento é mais ou menos o dobro desse que o Botafogo teve. Considerando esses números, seria de se esperar que o Flamengo, pela diferença no tamanho da torcida e principalmente da exposição na mídia, conseguisse sem muito susto uma receita de pelo menos uns 200 ou 250 mil por mês, em uma previsão modesta. Não é de se jogar fora. E dá menos trabalho do que parece, a base pra isso já existe. É só ter gente pensando, com conhecimento de causa e disposta a tocar a coisa. Com tantos rubro-negros por aí, deve ter alguns dentro desse perfil.
O que não dá pra esperar é que, do nada, sem esforço ou planejamento - e sem oferecer nada em troca - a torcida se junte toda e construa um CT inteiro ou pague a monstruosa dívida do clube. Não é realista, e a própria diretoria sabe disso. Mas parece usar essa impossibildade de chegar ao infinito como desculpa pra não ir a lugar nenhum.
Pro povo off-Rio que tenha se interessado em se tornar sócio, o endereço para pedir informações é secretaria@fladata.com.br.
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