sábado, 26 de fevereiro de 2005

Fabiano pelos olhos de quem o admira

No final de janeiro, procurei dois colegas jornalistas, ambos paranaenses. Assunto: Fabiano. O volante/zagueiro vinha de duas atuações sofríveis, particularmente aquela contra o Olaria, na estréia da Taça Guanabara. Como a maioria sabe, moro em Curitiba, o que fez de mim uma testemunha de como o jogador colecionou boas atuações com a camisa rubro-negra - somente a dos paranaenses.

Para Cahuê Xavier de Miranda, do Estado do Paraná, Fabiano é um bom jogador. "Forte na marcação, sabe desarmar sem fazer muitas faltas. Também não costuma errar muitos passes. Mas normalmente não arrisca passes longos e lançamentos", define.

Cahue lembra que no Atlético, apesar de ter jogado diversas vezes como zagueiro, o gaúcho atuou principalmente como volante - tanto em 1999, quando o Atlético venceu a seletiva para a Libertadores e também na maioria dos jogos do último Brasileirão, quando o clube paranaense chegou a botar uma mão na taça. "Acho que é a posição em que se sai melhor. É mais eficiente fazendo o primeiro combate do que na cobertura", dá um parecer.

"Para jogar no 4-4-2 - é como o Flamengo vem jogando, certo? - ", continua Cahue, "acho que não é uma grande opção na zaga, pois não é rápido".

Outro defeito?

"Parece ser a condição física. Nesta última passagem pelo Atlético, ele ficou um bom tempo sem jogar quando chegou, apenas treinando. Por isso quando entrou estava no auge da forma. No final do Brasileirão, parece que ele sentiu o ritmo e começou a falhar em vários lances, chegando quase sempre atrasado. Acho que esse é o principal motivo de ele ter começado mal no Flamengo. É um jogador que pode ser bastante útil, mas precisaria de um tempo maior de preparação física", completa.

Já Napoleão de Almeida, jornalista esportivo, considera Fabiano um dos melhores que já vestiu a camisa do Atlético-PR. "Competente na marcação, sabe sair jogando e tem liderança no grupo".

Qual a melhor posição dele?

"Sobra e volante", responde Napoleão. "Ele não é veloz, mas ocupa bem espaços. Não serve para o mano a mano, mas tem visão de jogo. Para mim, ele é tipo o Mauro Galvão de Grêmio e Vasco. O cara é bom, mas tem que ser bem escalado. Foi um crime deixar a Baixada. Fará muita falta, principalmente na Libertadores", afirma.

Um amigo de Napoleão - o advogado Marcel Ferreira da Costa, colunista do site rubronegro.net - entrou na conversa. Lançou a hipótese do zagueiro lançado nas divisões de base do Flamengo ser como William, um obscuro jogador formado no clube de Curitiba. "Formado em casa, sai jogar fora e arrebenta (vide Figueirense). Quando volta, não emplaca, até porque no primeiro erro, a torcida já pega no pé. Aí, sai de novo e vai bem. E por aí vai".

Com a palavra, o tempo.

Flamengo Net

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