Greve!
Os funcionários do Flamengo (e este blogueiro também, já que os vencimentos estão atrasados desde agosto, mas eu acredito no Juan) se reuniram e discutiram uma possível greve que ajudaria ainda mais, a afundar o Flamengo nesse fim de ano. Eles reivindicam os 3 meses de atraso nos salários e muitos passam dificuldades das brabas. Depois de esperarem e ouvirem promessas resolveram que seria a hora de parar. Mas não pararam.
Resolveram continuar (eu dei força para não parar num momento difícil como esse, mesmo com o Vírtua atrasado e com dificuldades para postar) e vão agir, enviando uma carta ao Presidente Lula, pedindo ajuda.
Por que será que não ouvi, li ou vi uma vez sequer, qualquer pessoa chamando os empregados do Flamengo de mercenários? Será que é porque eles são humildes e passam dificuldades, mesmo com os salários em dia? Será que é porque eles não entram em campo para dar alegrias à Nação? Será que é porque ninguém sabe o nome de nenhum deles e isso não interessa à torcida? Mas quem disse que eu estava falando apenas de funcionários de portaria, piscina ou seguranças? Nananinanão!
Os jogadores também já realizaram um movimento parecido, não faz muito tempo e não foi só uma vez. Aí, chovem as críticas e os massacres pra cima dos caras. Tudo porque a cada 90 dias, os jogadores recebem quantias enormes de dinheiro e não precisam receber todo mês. Fala sério. Isso é puro recalque. Quem decidiu o valor dos salários foi o jogador JUNTAMENTE com o dirigente. Esse dirigente é que tem a culpa, já que assinou o contrato, seja ele, dirigente profissional, amador, estagiário ou autônomo. E lembre-se, jogador, também é funcionário.
A profissão de jogador de futebol foi regulamentada em 1933 no governo Getúlio Vargas. O cara assina carteira, recolhe FGTS, paga imposto, tudo isso. Logo, o cara tem que receber para jogar, já que se trata de um profissional. É ruim? Manda embora, mas enquanto estiver por lá, tem que receber. Ficar até mais tarde? Pra que? Não paga o normal, imagina se vai pagar hora extra. Mas tem um outro lado, tal como Zico falou: "se não está satisfeito, cobre o que é de direito, mas não leve para o campo. Fique em casa vendo televisão, que é seu direito. Mas não leve para o campo".
Sim, é verdade. Mas o torcedor entende isso? Não. Quer que o jogador jogue, mesmo com fome, com o aluguel atrasado, com a prestação do carro vencida ou sem ter enviado a mesada da família em Quixeramobim do Rio Claro. Tudo para o que o Flamengo vença. Mas se esquece de que, com exceção em casos de "derruba-técnico", jogador não gosta de perder, mas é difícil ganhar de quem tem tranqüilidade.
Quem trabalha e não recebe não é mercenário. É escravo. E se depois de 4 meses recebe 200 mil mas não sabe fazer uma embaixadinha, o dirigente, seja ele profissional, amador, estagiário ou autônomo, é que é o burro, não o técnico.
quinta-feira, 11 de novembro de 2004
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