Para minorar...
Mais uma decepção. Desta vez PC foi culpado em 80% do resultado. Mesmo assim faltou garra e o juiz estava inspiradissimo...
Vamos divagar voltando um pouco ao passado.
Dida, o ídolo de Zico
Maior artilheiro da história do Flamengo e um dos maiores jogadores da história, Zico não tem como ídolo-mor Pelé, Garrincha ou Maradona. O Galinho é fã do segundo maior artilheiro rubro-negro, um atacante que deixou Pelé amargando o banco de reservas no início da Copa de 1958: Edvaldo Alves de Santa Rosa, o Dida. Mas o que teria de tão especial esse jogador, que se destacou no futebol carioca da metade dos anos 50 até o início dos anos 60?
Abril de 1956. O Campeonato Carioca de 1955, que havia começado em agosto, ainda estava em andamento. O Fla havia vencido os dois turnos classificatórios para o hexagonal final, que teve o América como campeão. Nos jogos-desempate, vitória rubro-negra no primeiro, por 1 a 0, e goleada do Alvirrubro no segundo: 5 a 1. O tricampeonato do Flamengo (campeão em 1953 e 1954) estava em risco e dependia de uma vitória no jogo final. Eis que surge um Dida infernal e marca todos os gols de seu time em uma atuação antológica: 4 a 1 para o Flamengo. Ou melhor, 4 a 1 para Dida.
"Fiz gol até de orelha... Quando eu cabeceei, a bola resvalou na minha orelha e entrou. Fiz um gol de perna esquerda do bico da grande área que nem Perácio, que era tido como grande chutador, faria. Em mil chutes daqueles, normalmente eu não faria nenhum", declararia ao jornalista Octavio Pieranti em 1999, três anos antes de falecer vítima de enfizema pulmonar, resultado dos até quatro maços de cigarro que fumava por dia.
Zico tinha um ano e um mês de vida quando Dida derrubou o América no Maracanã, em 4 de abril de 1956. Sua admiração pelo atacante, desde então, só cresceu. Empolgado pelos feitos do goleador, narrados pelo pai José Antunes, o Galinho promoveu Dida a estrela do ataque do seu time de botão. " É uma honra ser ídolo do Zico. Na época em que ele era garotinho, eu estava no auge e evidentemente as pessoas se apegam aos jogadores. Os meus ídolos são o Zico, não para retribuir, mas porque ele me dobrou no número de gols na história do Flamengo, e o Zizinho, que jogava muito," declarou Dida.
Dida foi descoberto em Maceió, aos 19 anos. A seleção de Alagoas enfrentava uma grande rival, a Paraíba, e perdia por 3 a 1 no início do segundo tempo. Foi quando o jovem meia-esquerda, então no CSA, entrou na partida e desmontou a defesa adversária, com três gols e a virada para 4 a 3. A delegação de vôlei do Flamengo, que assistia ao jogo, se impressionou com aquele garoto franzino que era carregado nos braços após a partida e relatou o que vira a um representante do time da Gávea.
Um ano depois, Dida aportava no Flamengo com problemas de nutrição, icterícia e lombrigas. Mesmo após um tempo de molho e um tratamento de fortalecimento, que o permitiu aterrorizar a defesa titular nos treinos, o meia ainda integrava o time de aspirantes.
"O Flamengo contava, no mesmo ano, com García, Chamorro, Marinho, Joubert, Pavão, Guto, Jadir, Dequinha Jordan, Carlinhos, Paulo Henrique, Joel, Paulinho, Moacir, Rubens, Índio, Henrique, Benítez, Zagallo e Esquerdinha, além de mim.
Por causa da minha timidez, eu fiquei muito nervoso ao saber que ia jogar com craques como Rubens. Aí eu tive uma icterícia e fiquei de cama por cerca de 20 dias. Gilberto Cardoso, presidente na época, mesmo sem me conhecer, cuidou do meu tratamento. Então eu fiz amizade com todos os jogadores, pois já estava mais acostumado ao clube", explicaria o ex-jogador.
quinta-feira, 12 de agosto de 2004
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