Vendendo a alma ao diabo?
A contratação de Dimba leva-nos à uma questão. É possível ser purista num macroambiente bandido dominado por negociatas, acordos obscuros, relações muitas vezes incestuosas entre dirigentes e empresários, como é o do futebol?
Sou um dos que defenderam - e continuam defendendo - um novo modelo de gestão no Flamengo. E não tenho dúvidas que Junior, com seus erros e acertos, pode estar pagando um preço alto por se propor a dirigir o futebol com profissionalismo.
Entretanto, qual deve ser a ética num negócio em que o dinheiro (declarado e não declarado) e a emoção frequentementem falam mais alto?
É uma questão importante. Afinal, sou testemunha de que muitos pediam um atacante a qualquer custo. Só que na hora de quebrar o teto salarial definido pela direção amadora do clube, o pessoal do Fla-Futebol ficou com cara de tacho. Passaram-lhes atestado de incompetentes. Mas como podem negociar sem instrumentos ($)?
A vaidade pessoal de alguns dirigentes, dentre outras razões menos confessáveis, pode botar a perder um belo projeto de médio e longo prazo. É certo que a torcida pensa a curtíssimo prazo. É sintomático que o fracasso na Copa do Brasil e a pífia campanha no rasileiro comprometeram a percepção quanto ao valor de Junior como dirigente profissional. É unânime que todos prefiram um clube ainda mais quebrado a outro saudável na Série B.
É errado, porém, que se avalie Junior pelo trabalho feito com o dinheiro que não lhe deram.
terça-feira, 20 de julho de 2004
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