quarta-feira, 29 de junho de 2011

Calúnia do Rúbio Negrão Comemorativa – um ano de calunismo no Blog da Flamengonet, sem um chinelinho sequer: 29/06/2010 – 29/06/2011

“Hoje o RNT é praticamente um coronel nascimento do flamengonet: missao dada, é missao cumprida!” – Bruno

Sejemos cinseros: odeio chororô e fico perturbado com mimimi. Mas, por outro lado, não me atenho a dogmas como “É proibido reclamar do juiz”, nem reluto em analisar os quadros completos das mais variadas situações.

Contra o Alianza Lima, por exemplo, o César, que ainda não é o Julio (mas será em breve), errou feio ao encostar no juiz. Expulsão merecida. Só que a história da humanidade não começou no momento em que ele empurrou o juiz, nem lá terminou. Algo aconteceu antes desse evento. Já vi jogadores cuspirem na cara do juiz, acusá-lo de bêbado, e até expulsá-lo, mas nem o mais tresloucado dos atletas ataca fisicamente um juiz sem ter motivo.

Como enunciou Newton, “A toda ação corresponde uma reação, quando não uma vingança”, acrescento eu, humildemente. Elaborando um pouco mais, “A toda reação corresponde uma condenação.”

Cresci com algumas convicções, sendo uma delas, talvez a mais valiosa para o meu sucesso retumbante, a de que o goleiro é intocável na pequena área. E o César foi condenado por ter acreditado piamente nessa máxima, quando pra ela o juiz não deu a mínima.

Quanto ao jogo em si. Para alguns, sofremos uma goleada histórica, consequência do destempero de jovens nervosos. Verdade. Mas não absoluta, visto não ser a única. Um jogo não é apenas seu placar final, assim como uma expulsão não se resume ao cartão vermelho. Há circunstâncias, atenuantes ou agravantes, que o tempo apaga.

De fato, o placar de 5x1 grita que perdemos feio, mas, felizmente, o próprio jogo, emocionante, demonstrou que a derrota não foi fruto de inépcia ou de complô para derrubar treinador. Foi, sim, uma belíssima derrota, com os nossos garotos jogando em cima do adversário com uma perícia invejável, tanto nos fundamentos da bola quanto nas jogadas.

Para ser franco, já fiquei mais envergonhado com derrotas por 1x0 do que por goleadas injustas. Nossos valentes juniores perderam, mas não foi somente para o adversário. Foi também para o juiz, para o nervosismo, para o medo de ser atingido por objetos estranhos ao esporte em prática na ocasião. Perderam a vaga para a semifinal da Libertadores, perderam até o respeito de alguns torcedores. Só não perderam o dom de jogar o bom futebol.

Pra finalizar, uma lição de vida: após o jogo contra nós, o Alianza enfrentou o Universitario, e também acabou sendo desclassificado. “Pênalti é loteria”*, dizem alguns. Pra mim, o futebol inteiro é uma loteria. Não sei o que aconteceu durante os 90 minutos, mas de uma coisa eu tenho certeza: arbitragem caseira só é boa quando o adversário é de fora.

(Ressuscitei o tema da Libertadores sub-20 como forma de homenagem à nova geração que surge com força total na Gávea. Pena que eu comece a acreditar que tenho o dom de falar, falar, falar, e não dizer nada.)

* A prova de que pênalti é loteria: até o Zico já perdeu umas raríssimas cobranças.


Duplex Toc Zen

1 - Garrafada, garfada, cusparada: Os juniores do Flamengo já estão jogando como gente grande.

2 - Depois reclamam dos empates: Galhardo é 22. Junior Cesar, 66. Renato, 11. Wanderley, 33. E agora, Aírton, 55. Daqui a pouco até eu serei 00.

3 - Estratégia: O Santos mostrou que a melhor tática pra disputar mata-mata é a cai-cai.

4 - Rafael, camisa 01 santista: Eu nunca sei se esse rapaz está com as mãos erguidas rezando ou tentando cortar uma bola cruzada.

5 - Isto aqui é Flamengo!: A gente percebe a grandeza do Flamengo quando o Santos é tricampeão da Libertadores em casa, diante de... 37.894 pagantes!

6 - David Braz e Welington: Podem ser úteis, sim. Não como titulares, não como reservas, não como zagueiros, não como jogadores, mas como os seres humanos maravilhosos que eu tenho certeza que são.

7 - R10: Primeiro, contra o Avaí. Agora, contra o Galo. Será que o Ronaldinho vai entrar numa de Dodô, de só fazer gols bonitos?

8 - “Vocabulário de Joel confunde Montillo: ‘Não entendi umas palavras’” – Globo.com: Já que o Montillo não entende o inglês do Joel Santana, que tal trazê-lo pro Flamengo, onde o Luxa domina o espanhol?

9 - Milionários em petição de miséria: Tudo indica que o futuro do elenco do River Plate é ser negociado com o Estrela Vermelha.

5x1 - @paulomarback, o nosso embaixador no Peru: “Agradeço demais! vamos ver se minha musica emplaca nas arquibancadas! http://www.youtube.com/watch?v=xs8iCzRLVMY.” Vamos aprender a canção, e levá-la pras arquibas, que ele merece!

11 - Corinthians 5x0: Vida que segue, São Paulo. Levanta, sacode a poeira, retoca a maquiagem e dá por cima.

12 - Cooirmãos são paulinos, muita calma nessa hora: Time grande não cai, mesmo quando escorrega no quiabo.

13 - Parabéns, Santos!: Campeão da Libertadores, agora só vai brincar no Mundial da FIFA.


14 - Twitter Cassetadas da semana:

Tática infalível do Santos: Zé Love caindo num lado, Elano caindo no outro, e Neymar caindo no chão.

Orgulho Hetero: me orgulho tanto que até fui o primeiro hexa brasileiro da categoria.

Liberta: quem achava que o Peixe iria morrer na praia, se ferrou: o jogo foi no interior.

O nome do Muricy é trabalho. Só na encruzilhada de Santos ele já deixou mais de cem.

Com o nosso Conselho Diretor, se o Kleber vier, teremos que verificar se a Gávea não foi vendida de verdade.

É injustiça chamar o R10 de "Bohemio". Ele é "Brahmeiro"!

"Quem faz projeto é arquiteto", disse Muricy, confessando nas entrelinhas que com ele é tudo ao acaso, na sorte mesmo.

"Invasão do Fla na Sérvia: depois de Pacheco, Mezenga fecha com Estrela." Ué... Exportar lixo não é crime ambiental?

RT Quem acha que o Muricy vai pedir uns conselhos sobre o Mundial da FIFA pro Celso Roth, dá RT!

O Ze Love foi vendido pra que time? Estrela Vermelha também?

O Genoa-ITA, que levou o Ze Love, doravante passa a ser conhecido como "Estrela Azurra".

Sabem como é (ou deveria ser) "corajoso" em espanhol? "Carajoso".

O Edmundo animal pode ter jogado muito como atacante, mas seria um péssimo volante.

4x1: Tô mais feliz que galo no lixo.

É ou não é muita coincidência o São Paulo jogar desfalcado justo no dia da #paradagay?

Por que a data e o local da #paradagay e da Parada Skinhead sempre coincidem?

Pra pedofilia não devia ter "pena de morte", mas "pena de corte".

Quando faz com criança é "pedófilo". Quando faz com adulto é "político".

O time do São Paulo não perde. Vira purpurina.

Alguém saberia informar ONDE será a Copa do Mundo de 2014?

Fui convidado pra fazer um stand-up, mas recusei porque não me deixariam fazê-lo sentado. #Preguiçabraba

Ontem só não senti pena do Rogerio Ceni porque penas ele já tinha de sobra.

Se o Botafogo vencer na próxima rodada será um candidato muito forte a cavalo paraguaio.

E pra não falarem que nada mais faço, não percam em breve a nova série “Messi x Neymar” no rubronegroroxo.blogspot.com. Stay tuned.


FLAMENGÔMETRO nº 59

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM

O relógio marcava os 20 minutos do segundo tempo e o roteiro parecia o mesmo de sempre: uma tragicomédia tosca, com o Flamengo mais uma vez atrás do marcador, jogando mal, errando tudo, chutes, passes, lançamentos e cruzamentos; um zagueiro falhando bisonhamente permitindo pela milésima vez que os adversários abrissem o placar; Ronaldinho sumido e o um time mal escalado por um irreconhecível Vanderlei. Eu meu quarto, furibundo, radinho colado ao ouvido, quando o Luís Penido resolver ler uma mensagem para o seu twitter: "Penido, sou vascaíno e estou torcendo para o Flamengo tomar uma goleada e o Ronaldinho quebrar as duas pernas..." O locutor até se assustou com a agressividade, e logo em seguida, um flamenguista retrucou com outra mensagem: "cuidado para não acontecer o oposto...".
Parece até que o patético desejo do cidadão infeliz serviu como o desencadeador de uma espécie de degelo simbólico. O cérebro de Vanderlei voltou a funcionar, e mandou o time para o ataque - que até o Final dos Tempos será o destino rubro-negro. Liberto, o time começou a ganhar forma; Ronaldinho despertou de sua amnésia e lembrou-se de quem era, metendo um golaço e abrindo o caminho da vitória. O grito de MENGÔÔÔ ecoava pelas arquibancadas mais acostumadas ao vazio e à escuridão, e com todos voltando a ser o que deveriam ser, a goleada consumou-se quando até mesmo Deivid - quem diria? - recordou seus áureos tempos e marcou dois gols, o primeiro deles com um incrível grau de dificuldade. E assim, finalmente conseguimos nossa segunda vitória, e vamos esperar pela próxima partida, torcendo para que o despertar seja permanente e consistente. Os três pontos elevaram o Flamengômetro para 59%. Agora que o time finalmente se lembrou de quem é, é hora da torcida continuar atenta para garantir que ele não volte a se esquecer. É hora de alegria, mas sem jamais perder os pés no chão.

Uma rápida enquete


Você tem 8 milhões de euros em caixa.

Pode contratar de vez Thiago Neves, ou ficar com um % do Kleber.

Qual a sua escolha?

terça-feira, 28 de junho de 2011

As maiores receitas de bilheteria da história do Flamengo
Por Vinicius Paiva

Como parte de uma ampla pesquisa que venho elaborando a respeito das maiores receitas de bilheteria da história recente do futebol brasileiro, natural que eu extraia desta estatística um top-10 referente às partidas do Flamengo. Vamos a elas:

1) Flamengo 1 x 0 Corinthians – 25/04/2010 – Maracanã (RJ) – Oitavas-de-final Libertadores 2010 – Público (pagantes): 62.247 / Renda: R$ 2.240.800,00

2) Flamengo 2 x 3 Universidad de Chile – 12/05/2010 – Maracanã (RJ) – Quartas-de-final Libertadores 2010 – Público: 61.643 / Renda: R$ 2.195.370,00

3) Flamengo 2 x 1 Grêmio – 06/12/2009 – Maracanã (RJ) – Brasileirão 2009 – Público: 78.639 – Renda: R$ 2.030.430,00

4) Flamengo 2 x 2 Botafogo – 03/05/2009 – Maracanã (RJ) – Final Estadual 2009 – Público: 78.393 / Renda: R$ 1.989.415,00

5) Flamengo 1 x 0 Santos – 11/11/2007 – Maracanã (RJ) – Brasileirão 2007 – Público: 81.844 / Renda: R$ 1.805.690,00

6) Flamengo 3 x 1 Botafogo – 04/05/2008 – Maracanã (RJ) – Final Estadual 2008 – Público: 78.716 / Renda: R$ 1.715.135,00

7) Flamengo 2 x 1 Botafogo – 24/02/2008 – Maracanã (RJ) – Final Taça Guanabara 2008 – Público: 78.830 / Renda: R$ 1.684.225,00

8) Flamengo 2 x 2 Botafogo – 06/05/2007 – Maracanã (RJ) – Final Estadual 2007 – Público: 63.614 / Renda: R$ 1.677.630,00

9) Flamengo 1 x 2 Botafogo – 18/04/2010 – Maracanã (RJ) – Final Taça Rio (e do Estadual) 2010 – Público: 50.303 / Renda: R$ 1.677.565,00

10) Flamengo 2 x 3 Fluminense – 25/06/1995 – Maracanã (RJ) – Final Estadual 1995 – Público: 112.285 / Renda: R$ 1.621.850,00

Fontes: Flapédia e pesquisas do autor. Todas as rendas são brutas e sem atualização inflacionária.



A primeira coisa que chama a atenção é o excesso de partidas contra o Botafogo na lista: nada menos que cinco das dez partidas foram contra o alvinegro, o que demonstra o crescimento da rivalidade entre os clubes - resultado das inúmeras decisões jogadas recentemente. Aparecem ainda Corinthians, Universidad de Chile, Grêmio, Santos e Fluminense. Considerado o maior rival histórico do Flamengo, o Vasco apareceria apenas numa distante 16º posição.



Em segundo lugar, destaca-se a primazia da Copa Libertadores sobre os demais torneios – característica menos marcante na torcida do Flamengo do que em outras. Das três vezes em que as partidas ultrapassaram a barreira dos R$ 2 milhões, duas foram na campanha da Libertadores-2010. A partida decisiva do Brasileirão 2009, contra o Grêmio, completa a lista. Ressalta-se ainda a pouca capacidade de o Flamengo capitalizar com seus grandes jogos, uma vez que diversos clubes já ultrapassaram a barreira dos R$ 3 milhões – e alguns atingiram até os R$ 4 milhões, como no caso de Santos x Peñarol semana passada.



A importância da parceria entre time e torcida também fica clara. Apesar da fama de alguns tropeços diante de um Maracanã lotado, o Flamengo venceu cinco, empatou duas e perdeu três partidas entre as dez de maior receita. Como os empates em questão também levaram ao título, pode-se dizer que o Flamengo atingiu seu objetivo em 70% destas oportunidades.



Outra curiosidade é a presença do Maracanã em 100% das partidas – o que pode parecer óbvio. Mas a título de comparação, a segunda partida de maior receita da história do Fluminense se deu no Engenhão, quando da decisão do Brasileirão 2010. A escalada do ticket médio se faz notar com as finais de 2007, 2008 e 2009 em sequência. A série só é interrompida em 2010, quando um relativo abandono da torcida do Flamengo fez com que o Botafogo conquistasse o Estadual em um Maracanã longe de sua lotação máxima.



Por fim, cabe destacar a 10ª colocação do antológico (e nada agradável) Fla x Flu do “gol de barriga”, jogado há longínquos 16 anos. Catapultada pela presença de 112 mil torcedores – algo impensável nos dias de hoje – a renda daquele jogo até hoje é capaz de figurar entre as maiores, e certamente seria a primeira no ranking caso este fosse corrigido pela inflação do período.



E-mails para a coluna: viniciusflanet@gmail.com



Twitter: www.twitter.com/viniciusflanet (@viniciusflanet)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

PAPO DE SEGUNDA - Luciana Zogaib


Boa noite galera!!!

A vitória de sábado foi boa para aliviar a pressão e desviar um pouco o foco dos críticos da vida noturna de R10. Na verdade, este Flamengo de 2011 pra mim, tem sido uma mistura de sentimentos. Enquanto ganhamos um Carioca invictos e até hoje só acumulamos uma derrota, sentimos a falta de uma atuação positiva e regular da equipe.
Toda a euforia que cercou a vinda de R10 somente foi recompensada com alguns lampejos de boas jogadas e bons jogos. É fato que falta para o dentuço uma maior regularidade, pois talento o cara tem de sobra. Se falta mais ou menos noitadas aí já prefiro não entrar neste mérito e prefiro exigir que ele chame mais a responsa para si, afinal o jogador mais caro do elenco e capitão tem que servir para isso. Bola ele tem para tal e precisa recuperar a confiança de que pode sim voltar a ser o Ronaldinho de outros tempos. Mesmo que isso não ocorra penso que esta deva ser sua meta.
Uma vitória de 4x1 é sempre um excelente resultado, principalmente quando Deivid resolve balançar a rede e Ronaldinho resolve ser Ronaldinho. Para o Mengão não podia ser melhor. Agora falta o Deivid se acertar de vez, afinal um jogador de nome como ele tinha que dar certo. Mas mesmo com esse excelente resultado não dá para se iludir muito, afinal o Galo estava mortinho, uma atuação pífia que foi selada com gol em linha de passe do Mengão. Acabou não sendo muito parâmetro, mas na quarta temos um jogo fora onde podemos embalar, conseguindo mais 3 pontos e selando de vez as pazes com a vitória. A sequência de jogos a frente é dura mas de extrema importância para nós. Como sempre, segue a confiança de que podemos de vez embalar.

SRN
www.luzogaib.wordpress.com
Twitter: @luzogaib, @_Futeblog

COLUNA DE SEGUNDA FEIRA

HERMÍNIO CORREA


Impressões de Flamengo 4x1 Atlético MG, 6ª rodada - Campeonato Brasileiro 2011

Olá pessoal,

Inegavelmente a goleada de sábado deixa o torcedor mais aliviado. Foram mais três pontos na tabela, subindo posições, vitória maiúscula, manutenção da invencibilidade, melhor ataque da competição – pois é, acreditem...

Falar do Flamengo que deu certo nesse final de semana é falar, por exemplo dos acertos nas substituições de Luxemburgo: Além da agradável opção por Luis Antônio – jogou uma partida muito lúcida embora o esquema na zaga também tenha favorecido - foi rápido nas alterações desmontando o esquema inicial de três zagueiros – aliás tirando o mais irregular deles, mas falarei disso adiante - e lançando o time para o ataque, observando o recuo excessivo do adversário.

É citar também que Ronaldinho chamou a responsabilidade e foi decisivo, como tem que ser um craque. Não apenas marcou um golaço no empate, mas se apresentou para o jogo criando chances, sendo mais preciso nos passes, mais participativo. Jogou com vontade de provar para si e para a torcida, que pode ser um Ronaldinho melhor do que este que vinha se apresentando até então. E pelo menos sábado, foi. Com merecidos aplausos.

É ainda falar de Deivid, que mostrou espírito de luta em algumas jogadas, mostrou efetividade ao deixar mais dois gols se aproximando da artilharia do Brasileiro.

Esse Flamengo, que mesmo estando atrás do placar colocou a bola no chão, teve um técnico colocando o time para frente, construiu a virada com seus jogadores demonstrando vontade pelo resultado e, mesmo com a vitória já encaminhada, não abriu mão de ampliar o placar, esse Flamengo sim encanta a torcida.

Mas, como nem tudo ainda é perfeito, esse Flamengo demorou 60 minutos para aparecer em campo.

A vitória foi ótima? Sim. Há pontos positivos? Vários, alguns deles citados acima.

Mas há também muito a ser corrigido.

Já não é novidade e mais uma vez o Flamengo sofre um gol com bola alçada, se aproveitando do mal posicionamento de nossos defensores. No caso específico de sábado, a falha foi individual, o que se agrava quando observamos a recorrência considerando outras jogadas ocorridas na temporada: David era o único dos três zagueiros que não marcava ninguém na jogada do gol enquanto Dudu Cearense era o único adversário livre na área. E mais uma vez, o time teve que correr atrás do resultado.

As laterais precisam ser mais utilizadas nas jogadas de ataque. Se para isso for necessário alterar o esquema de jogo, sacrificando um homem de meia – provavelmente Botinelli - que assim o seja. Mas é fundamental que as jogadas de ataque ocorram pelas pontas, basta rever os gols do Flamengo nesse Brasileiro.

Por último, a postura da equipe. O Flamengo precisa tirar a lição desses 30 minutos da virada contra o Atlético como postura de equipe que luta pela vitória e se impõe diante do adversário. Há partidas em que não se pode permitir que o rival tenha liberdade, posse de bola. Considero esse um dos principais motivos da virada de sábado: O Flamengo encurralou o Atlético, não permitiu ao time mineiro a possibilidade de jogar. E o adversário se perdeu completamente em campo, sem saber o que fazer com a bola.

É exatamente essa mesma postura que acredito ser essa a chave para um bom resultado na próxima quarta em Sete Lagoas, contra o América Mineiro.

****

Nem só de vitórias se faz a paz no ambiente do Flamengo; E antes que isso se transforme em problema nas quatro linhas, que a diretoria quite suas pendências financeiras com o elenco.

Jogador tem que ser profissional e defender o Manto em campo, mesmo com essas pendências. Fato. Mas e o profissionalismo da diretoria, especialmente do departamento de futebol?

Grande abraço, até segunda e Saudações Rubro Negras, sempre!

sábado, 25 de junho de 2011

Qual o Flamengo verdadeiro?

Não obstante seja muito bom empalar as galinhas mineiras, há de se existir um pouco de seriedade e discernimento após a goleada de hoje.

O Flamengo de Luxemburgo é um time sem cara. Um dia, 4-4-3. Em outro, 3-5-2, com uma variada para um 4-5-1. Esquemas diferentes, os mesmos jogadores e, fundamentalmente, os mesmos problemas.

Nossa zaga é insegura. A aposta do treinador no futebol de Wellinton é algo que me incomoda. Não que tenhamos opções sensacionais no banco. Mas entre as bicudas transloucadas do titular e a "velhice" do Magro de Aço, me permitam: eu vou de Angelim. Opção do treinador, que eu contesto muito. No meu time, Wellinton não seria titular.

As laterais passam por uma turbulência ímpar. No jogo de hoje, Léo Moura cresceu só lá pelos 30 do segundo tempo. Muito pouco para quem tinha uma clara avenida a sua frente, com proteção praticamente nula. Se o nosso 2 fosse pra cima desde o começo, sem afunilar o jogo como fez no primeiro tempo, nossa sorte teria maior, e com uma "certa" antecedência. Já Junior Cesar ainda não deu seu recado. Mas tem mais cara de lateral do que Egídio e Alvim. Acredito que ele pode, sim, ser a solução para a 6.

O setor mais importante do time teve lá suas variantes. Renato me pareceu sumido do jogo, talvez pela consciência tática de não poder subir quando quisesse. Luis Antônio, cria da base, foi o melhor jogador do nosso time. Não pelo brilhantismo, mas por estar no lugar certo nas horas certas, por manter a simplicidade e, surpreendentemente para um volante da década atual, acertar passes. Encarou as galinhas como se fosse um jogo da sub-20, com segurança e tranquilidade.

Ronaldinho e Thiago Neves apareceram no final. Eu tenho para mim uma teoria: lugar de craque é dentro de campo. Em 2 lances, o jogo foi decidido. Se fosse Negreiros ou Dimba, provavelmente a bola do Ronaldinho teria parado na estação de trem de Engenho de Dentro. É pouco? É. Eu nao cobro dos 2 a genialidade. Cobro, sim, a eficiência, a eficácia. O comprometimento com o elenco. E, cá pra nós, com a bola que Deus lhes deu, se fizerem metade do que sabem por jogo, será complicado para algum time nos segurar.

Luxemburgo tem pecado por seus invencionismos. Hoje dava errado, e numa mexida conseguiu alterar o rumo da partida. Negueba entrou bem aberto pela direita, e fez o futebol do Léo Moura ter flashes do que conhecemos. Talvez não seja preciso reparar neste pequeno detalhe, mas nossos gols foram pelo lado direito, em jogadas que os românticos chamariam de lances de ponta direita. Bastou abrir, bastou fugir do engarrafamento da meia cancha atleticana que achamos o caminho do gol.

Deivid entrou e fez 2. Cumpriu seu papel. O problema todo é a irregularidade. Precisamos de um 9 que aceite de coração as bolas servidas por Ronaldinho e Thiago Neves, e apenas as empurre para o gol. Nada mais. Mas, pelo jeito, é algo difícil para os pretendentes.

Ganhamos de um time morto. De um time horroroso. Precisamos urgentemente equilibrar nosso sistema defensivo. Achar a dupla perfeita. Aírton veio como volante, mas sabe bem como funciona a região. Pode ser uma solução. Os 2 Luis mostraram que tem bola pra pegar uma vaga no time titular. No Flamengo, não deve e não pode existir essa parada de "tem que pegar experiência". Ou nasce pronto e aguenta o tranco, ou vaza.

Luxemburgo precisa se recriar. Ou tentar fazer o feijão com arroz. Mas me preocupa sua insistência com o Wellinton e Wanderley. Nenhum dos dois, reitero, tem condição para titularidade. Mas não vou entrar em celeuma. Não sei o que acontece nos bastidores do clube para entender os motivos dessas escalações.

Diretoria? Sério, almost midnight. Não é hora de assuntos que causem pânico ou medo. Mas é fato: eu estou atento a tudo e a todos. E não me furtarei em soltar o verbo.

E nada mais digo.

Eu no twitter: @alexsout e @alextriplex




FLAMENGÔMETRO nº 57

ASCENSÃO E QUEDA DE RONALDINHO E O PARADOXO

Parece que definitivamente terminou a paciência da Torcida com o ex-galático R10. Embora eu concorde com a essência das críticas e não esteja nada satisfeito com as atuações do bilionário gaúcho, seria injusto colocá-lo como o único culpado pela queda de rendimento do time. É fato que eu esperava mais, não que ele fizesse chover, que metesse 3 gols por jogo, gols de bicicleta, do meio de campo, etc, jamais tive essas ilusões ingênuas: se ele fosse o mesmo de anos atrás, jamais teria saído da Europa. Se veio para o Flamengo, é porque não vinha bem; o mesmo acontecera com Adriano em 2009. Só que o Imperador - em que pese todos seus deslizes e lambanças - jamais fugiu da responsabilidade, e mesmo fora de forma e aquém de sua força total, chamou a responsabilidade e cumpriu sua função: fez gols, foi artilheiro e campeão em 2009, antes de afundar nas lambanças de 2010.
Enquanto isso, o Flamengo de Luxemburgo vai caindo de rendimento e tornando-se um intrigante paradoxo: não consegue ganhar, apesar de tantos craques no ataque; e não consegue perder, apesar de tantos cabeças-de-bagre na defesa. Dona Patrícia segue em sua rotina de nadar, o time não fecha com reforços de peso, os problemas financeiros continuam. Será que o elenco começou a boicoitar o Luxemburgo? Será que os conflitos políticos internos do clube estão dificultando o acerto de contratações e patrocínios? Será que os empresários boicotam o clube da Gávea? Ano passado, ambos os jogos com o Atlético Mineiro envolveram Vanderlei Luxemburgo: no primeiro, ele já em fase de fritura no Galo conseguiu segurar um empatezinho no Rio; no segundo, já no Flamengo, tomou um sacode em Minas enfrentando um elenco de desafetos. Como será agora?
Neste ano, o Flamengo só conseguiu 3 vitórias contra adversários da série A: um 2x0 no Botafogo, um 2x1 sofrido contra o Vasco afundado em crise, e uma goleada implacável nos reservas do Avaí. Ah, e aquele 2x1 no amistoso contra o América Mineiro.
É hora de honrar nossas tradições e renascer mais uma vez das cinzas.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

A prestação de contas da campanha dos tijolinhos
As prometidas câmeras transmitindo as obras ainda não foram ligadas, mas este não é o maior problema de transparência na ação para levantar o Centro de Treinamento do Flamengo.



Vinícius Paiva publicou há um tempinho um levantamento interessante no FlamengoNet com as campanhas feitas desde 2005 pelo clube vendendo produtos para arrecadar recursos para fins específicos - normalmente a construção do Centro de Treinamento. Para o CT, antes da atual campanha dos tijolinhos, ele menciona que já haviam sido vendidas pulseirinhas de borracha e camisetas. Vinícius mostrou quantas foram vendidas, a margem de lucro de cada campanha e o total arrecadado: com estas duas iniciativas, chegaram pouco mais de 700 mil aos cofres rubro-negros, valor já ultrapassado em muito pela campanha atual.

Mas houve pelo menos outras duas oportunidades em que os torcedores contribuíram para as obras no Ninho do Urubu. Na época da venda das pulseirinhas, rubro-negros se juntaram no Orkut para fazer a campanha Conte Comigo Mengão, pedindo doações para uma conta-corrente que somaram R$14 mil.

Antes disso, na época em que Márcio Braga tentava profissionalizar o futebol do clube com o Fla-Futebol comandado por Júnior, João Henrique Areias desenvolveu a campanha Eu Amo o Fla, que envolvia carnês de ingressos para os jogos no Maracanã e em Volta Redonda (que venderam pouquíssimo) e a venda de camisas com uma arte feita por Ziraldo. Também os recursos arrecadados com esta camisa foram destinados ao Ninho do Urubu; não sei quanto deu mas, segundo Areias, os dois primeiros campos do CT foram construídos graças à campanha. Também foi colocada por lá uma placa com os nomes dos que participaram da campanha, agradecendo pela contribuição para a estrutura do clube. Sei de gente que colaborou e ficou se perguntando, quando do lançamento da campanha do tijolinho, o que seria feito agora desta placa.


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Como se vê, não é a primeira vez que o Flamengo aposta na boa vontade de seus torcedores para tirar do papel o projeto do CT de Vargem Grande. A diretoria atual - tirando eventuais nomes que tenham passado pelos mandatos anteriores, claro - não tem nada a ver com isso. Mas é principalmente por este histórico, pela quantidade de vezes em que já pediram esta ajuda sem que o projeto realmente deslanchasse, que há tanta necessidade de transparência na campanha atual. As pessoas precisam acreditar que, desta vez, a coisa vai ser pra valer.

Infelizmente, apesar de todas as promessas, o site da campanha Rubro-Negro Para Sempre ainda deixa bastante a desejar neste aspecto. Novamente anuncia-se atraso na transmissão online das obras, mas isso nem é o pior. A prestação de contas é apenas um pdf , com atualização de um mês atrás, onde são informados o número de tijolos vendidos, o total arrecadado, o total de descontos (sem discriminar quanto foi pela produção do tijolo/muro, quanto é de custos operacionais, quanto é de imposto) e o valor líquido que sobrou para o clube.

Mas, pra mim, talvez mais importante do que saber este total arrecadado é entender onde e como ele será gasto. Até já li em matérias algumas declarações de membros da diretoria sobre o valor do projeto, mas no hotsite não há em lugar nenhum esta informação. Não se informa quanto é o valor total, o que exatamente está sendo construído nesta primeira fase, quanto custa cada etapa - nada. Assim como não se informa quanto do dinheiro arrecadado com os torcedores já foi gasto e em quê. Na verdade, eu gostaria até de entender o que garante que este dinheiro está mesmo separado do buraco negro das contas normais do clube e não será encaminhado pra pagar alguma penhora por conta de dívidas antigas - algo que poderia acontecer idendendente da vontade sincera dos diretores de gastar apenas no Ninho do Urubu, caso a Justiça assim decidisse.

Os argumentos que estão lá para os rubro-negros menos crédulos decidam deixar de lado suas desconfianças e coçar o bolso não são dos melhores. E os comentários que surgem por aí sobre certificados não entregues também não ajudam.


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Acho que já escrevi aqui: esta campanha do tijolinho pode ser entendida como uma ação de crowdfunding, algo que está muito na moda na internet hoje em dia: é o apelo aos interessados em determinado projeto para que colaborem com dinheiro para viabilizá-lo, recebendo em troca alguma recompensa (no caso, o tijolinho no Centro de Treinamento). O site americano que deu grande impulso ao modelo é o Kickstarter e, no Brasil, já existem vários funcionando para projetos de diversos tipos. .

Todos funcionam com ferramentas bem parecidas, que você pode conferir no caso da Banda Mais Bonita da Cidade, que bombou loucamente no YouTube com um videoclipe há um tempinho e agora tenta viabilizar a a gravação de seu CD com um projeto no Catarse.me. Há atualização em tempo real sobre o total arrecadado, quantas pessoas colaboraram (e até os nomes de cada um deles, tirando os que preferirem ficar anônimos) e o valor do projeto, com a indicação da percentagem da meta que já foi alcançada. Você pode colaborar não apenas com cartão de crédito, mas também por débito em conta ou boleto bancário. E já estão lá as ferramentas para os apoiadores compartilharem a página da campanha no Twitter e no Facebook. Até mesmo o código para você embedar a campanha em seu blog ou site, como se faz com vídeos do YouTube com facilidade, está disponível por lá. Algo obviamente muito, muito melhor do que se oferece no hotsite montado pelo Flamengo para a campanha.

Não estou dizendo que o Flamengo deveria usar um site como estes, com seu modelo todo pronto e usado igualmente por todos os projetos - é possível sim que algo montado especificamente para o clube fosse melhor. Mas não parece ser o caso. E o custo até parece competitivo com o da ação rubro-negra, embora não seja fácil dizer quanto dos 24% de descontos que a arrecadação do Flamengo tem vão efetivamente para a construção do muro e o envio dos certificados. O padrão destes sites de crowdfunding é ficar com uma comissão entre 5% e 9%; a empresa responsável pelo sistema de cobrança fica também com uma comissão que varia de acordo com a forma de pagamento, mas que não deve ultrapassar uma média de 5%.


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Nada disso quer dizer que eu não acredite em quem está tocando as obras do CT. Pelo que já ouvi, o vice de patrimônio Alexandre Wrobel é um cada sério e que está comprometido no projeto. E acredito mesmo que a diretoria esteja se esforçando para ter esta conquista a apresentar no fim do mandato. Mas a campanha para pedir a ajuda dos torcedores poderia, e deveria, ser bem melhor.


• ANDRÉ MONNERAT escreve também no SobreFlamengo (www.sobreflamengo.com.br e twitter.com/sobreflamengo)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

TEM CONSERTO?


Depois dos investimentos feitos, depois do esforço e do trabalho de convencimento, depois de toda a cooperação e alianças formadas, não dá pra acreditar que a administração do Flamengo vai deixar tudo ir por água abaixo sem nem sequer tentar um esforço especial para reverter o quadro atual de ruptura entre jogadores e WL. É imprescindível chamar à responsabilidade, principalmente os líderes do grupo, tipo LM, Renato, etc. Teria, por exemplo, que mostrar os jogos contra Ceará, Bahia, etc e como a equipe tinha chegado num padrão promissor e, do dia prá noite, como num passe de mágica, regrediu sem mais nem menos: se não há explicação, e pela lógica não há, teria que haver um posicionamento e uma cobrança firmes. Na verdade nem sei se há conserto possível a esta altura dos acontecimentos, mas uma coisa é certa: tinha que fazer um extraordinário esforço para tentar.
Então, d. Patrícia, este é o seu desafio, até mesmo porque está acabando o muro. Diria que, para suas ambições maiores, que todos nós sabemos que não estão na Gávea, é sua oportunidade de conquistar efetivamente a maioria de seu futuro eleitorado. A menos que você esteja fazendo planos de voltar sua plataforma para o arco-íris e capitalizar o sentimento de revanche eterna deles contra nós. Mas aí já é outro tipo de conversa, não fiz residência e não me sinto à altura de opinar.

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Sobre os laterais da Copinha, pergunto: considerando a escassez absoluta de laterais razoáveis no Brasil, não é o caso de fazer um esforço extraordinário e tentar, tanto quanto for necessário, agir pragmaticamente ao invés de reagir com o fígado?

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Com referencia ao jogo de terça em Lima, obviamente o time se ressentiu de uma preparação melhor com relação às inevitáveis ações paralelas em benefício dos times da casa, não houve maturidade e perdemos. Mas o placar não tem nada a ver com o jogo. Até o quarto gol o time jogava de igual para igual e partia para cima decidido a recuperar o prejuízo. Obviamente, com 2 a menos, o risco aumentou demais e podia acontecer o que aconteceu. Mas só após o quarto gol o time entregou os pontos e o quinto saiu numa jogada em que o cara driblou cinco jogadores do Flamengo sem nenhum combate, antes de passar a bola. Uma pena.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Calúnia do Rúbio Negrão

“Às vésperas do clássico com o Botafogo, Ronaldinho aparece em boate às 5h da madrugada” – Extra.

“Legal, começando cedo. Isto que é trabalhador.” – Henrin

Sejemos cinseros: cassaram o nosso título de novo? Olha, nem tenho dormido direito. Estou até adoçando o meu suco de maracujá com Rivotril.

Mentira. Adoro todas as vezes que tiram o nosso título legítimo de 87, porque isso só o notabiliza. O campeonato de 87 é o título brasileiro mais falado até hoje. O mais em voga. O mais cobiçado por nós e também pelos “outros”.

Senão vejamos: qualquer arcoirista, mesmo o mais normalzinho, pode até não se lembrar do último título nacional do seu próprio time, mas sabe de cor tudo (ou quase tudo) sobre a nossa Copa União. Os scortistas, por exemplo, têm verdadeira adoração por ela, uma empatia tão desmedida que chegar a gerar a alucinação de que a possuem de fato e de direito!

Atitude plenamente compreensível, claro, uma vez que para o Scort Recife o título de 87 seria “o” título, enquanto que para nós ele é apenas e tão somente mais um título em nosso extenso currículo de êxitos nacionais e internacionais.

Mas voltando à cassação, prefiro um título maravilhoso, merecido (reconheço aqui o valor dos adversários à época), inesquecível e deliciosamente contestado, a títulos reconhecidos e incensados, porém ganhos à base de muita retranca e antifutebol. Isso sem falar daqueles faturados à custa de roubalheira e tapetão.

Só que, apesar da situação esdrúxula, porém tolerável, de 87, a atual consegue ser ainda mais extravagante, porque jamais imaginei que ficaria triste e preocupado com a invencibilidade do meu time!

Enfim, vida que segue. Enquanto o perigosamente invicto Flamengo não entra novamente em campo, vou aliviar um pouco a cabeça vazia (por vezes o vácuo é algo insuportável) assistindo ao jogo Santos x Peñarol, até pra observar melhor o Diego Alonso, que me chamou bastante a atenção. Profissionalmente falando, é claro.

Hein? Se o Kleber é nosso? Não sei. O Twitter tá uma loucura. Ninguém sabe ao certo se ele já está ou não 99% confirmado.


Duplex Toc Zen

1 - “Flamengo é Flamengo”: Algo está muito errado quando o craque contratado a peso de ouro manda melhor como frasista.

2 - Dos malas, o menor: Há árbitros cujo critério é não tê-lo. Já o Felipe Gomes da Silva o tem. Escroto pakarai, mas tem.

3 - Flamengo x Estrela Vermelha-RJ: Ainda bem que o juizinho não sacou que os vices da Série B só conseguiriam nos dobrar tendo dois jogadores a mais.

4 - Retórica: Eu ia dizer que atualmente o R10 não passa de uma figura decorativa, mas ia soar forçado.

5 - E segundo as raposas felpudas de um conhecido quinta-coluna rubro-negro...: ... pros jogadores do Flamengo, treinador que grita é treinador que frita.

6 - Currículo do Junior Cesar: Ex- Fluminense, ex-Santos Laguna-MEX, ex-Botafogo, ex-São Paulo, ex-jogador.

7 - Medo: A Gávea já tem um Nixon. Só espero que não exploda um Watergate.

8 - Fórmula mágica: O segredo do sucesso do Jobson é 5% transpiração e 95% inspiração.

9 - R10, TN7, K30: Enquanto não cogitarem o Z4, tudo bem. (Pô, os dirigentes do Flamengo estão montando um time de futebol ou jogando uma Batalha Naval gigante?)

0x0 - Dirigente do Flamengo estuda nova investida por Kleber e tem plano D. – Globo.com: Que bom. Eu pensava que eles ainda estavam no plano ZZZZZZZZZZZZ...

11 - Animais: Do jeito que anda o Brasil, a pena do Edmundo vai acabar sendo convertida na perda de 10 pontos na carteira de habilitação.


12 - Twitter Cassetadas da semana:

A CBF não reconhece o nosso título de 87? E daí? A minha avó de 103 anos também não me reconhece, mas eu não deixei de ser seu neto.

Dizem que o Santos tem 70% de chances de vitória contra o Peñarol. Que bom que o futebol se tornou esta coisa tão cientificamente precisa.

Será que o Edmundo me deixaria escrever sua biografia não autorizada?

Creio que o sucesso do Jobson venha do carinho da torcida do Bahia, que deve enchê-lo de cheiros.

Kleber do Palmeiras é inegociável, a não ser por dinheiro.

A torcida grita: "Erre-dez, Erre-dez!", aí o R10 vai lá e erra mesmo!

Ruim sem o Luxa, pior com.

R10: faltam 42 meses.

Quem melhor resumiu o Flamengo foi o Senhor Miyagi: "Mesmo quando ganha, pelde."

Após ouvir as declarações do Felipão, deixei de achar o Luxa prepotente.

O Bonde pode até estar sem freio, mas EU já parei com o Ronaldinho.

Felipão: o Kleber não vale o investimento do Flamengo porque no dia em que deixar São Paulo deixará automaticamente de ser "craque".

Já que "a humanidade está uma dose a menos", DESCE OUTRA AÍ, BARMAN!

A única oportunidade em que mulher experimenta roupa torcendo pra não caber é antes de doá-la pra Campanha do Agasalho.

Não sei se a FIFA vai banir o Jobson do futebol. Eu só quero saber quem vai banir a FIFA do futebol!

A fórmula do sucesso do Jobson é do tipo que tem que ser manipulada numa farmácia.

O Kleber Gladiador cairia como uma luva no time, principalmente na hora em que Luxa jogá-los aos leões. (E a resposta merecida, pelo llmarcello Marcello Brum: Em se tratando de Kleber, ele não cairia como uma luva, mas como uma cotoveleira.)

De que adianta o Luxa ter um ego gigantesco se não escala ele na zaga pra cortar as bola aéreas?

Não sei se o Imperador voltará a jogar em alto nível. Agora, jogar estando alto, com certeza.

O Jobson ficou 8 HORAS em julgamento. Não vai rolar um exame antidoping nisso aí, não?

Se o Kleber vier, o Felipão vai tirar a fralda pela cabeça.

A eliminação na Libertadores foi boa pra garotada aprender que nem todo adversário é o Vasco.

Tem algo de podre no Reino de Luxemburgo, mas nada mais digo.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O ranking dos patrocínios em 2011
Por Vinicius Paiva

Anualmente, tenho por hábito atualizar o ranking de receitas de patrocínios entre os clubes brasileiros. Em tempos de fatiamento dos uniformes, esta tarefa vem se tornando cada vez mais árdua. Eis aí uma fotografia dos 12 maiores clubes brasileiros:

1) Corinthians – R$ 47,5 milhões
Hypermarcas – (R$ 38 milhões - máster, ombros e mangas) + Fisk (R$ 7,5 milhões – barra) + Tim (R$ 2 milhões – número)


2) São Paulo – aproximadamente R$ 40 milhões
BMG (R$ 25 milhões por 10 meses- máster) + Tim R$ (3 milhões – número) + Copagaz (não divulgado - barra) + Yázigi (não divulgado – mangas) + Ale (R$ 2 milhões – calção e ombro)


3) Palmeiras – aproximadamente R$ 30 milhões
Fiat (R$ 20 milhões – Máster) + Skill (não divulgado - barra) + Tim (R$ 2 milhões – número) + Unimed seguros (R$ 1,5 milhão – barra traseira e uniforme do treinador)

O Palmeiras terá ainda patrocínio do Banco BMG nas mangas pelos próximos dois anos. No entanto, este foi acordado apenas para quitar uma dívida do clube com o banco no valor de R$ 15 milhões.


4) Santos – R$ 25,5 milhões
BMG (R$ 15 milhões – máster) + Netshoes (R$ 5,5 milhões – mangas) + Seara (R$ 3 milhões – ombros) + CSU CardSystem (R$ 2 milhões – número)


5) Vasco – R$ 23 milhões
Eletrobras (R$ 14 milhões - master) + BMG (R$ 5 milhões – manga) + Ale (R$ 4 milhões – ombros)


6) Botafogo – aproximadamente R$ 17 milhões
João Fortes Engenharia (R$ 12 milhões – máster) + Guarativon (aprox. R$ 3 milhões – barra e short) + Havoline (aprox. R$ 2 milhões até o fim de 2011 – mangas)


7) Cruzeiro – R$ 15 milhões
BMG (R$ 12 milhões – máster)+ Netshoes (R$ 3 milhões – mangas)

8) Grêmio e Inter – aproximadamente R$ 11 milhões
Banrisul (R$ 7 milhões – máster) + Tramontina (não divulgado – mangas) + Tim (não divulgado – número) + Unimed (não divulgado - barra)

10) Flamengo – R$ 10,5 milhões
BMG (R$ 8,5 milhões – mangas) + Tim (R$ 2 milhões – número)


11) Atlético-MG – R$ 10 milhões
BMG (R$ 10 milhões – máster)


Fonte: pesquisas do autor (publicações diversas)


Observações:


1) Os valores contemplam apenas patrocínio de camisa, excluindo acordos que contemplem apenas backdrops, camarotes ou propriedades em estádio. Valores pagos pelo fornecimento de material esportivo também não foram contabilizados, bem como patrocínios pontuais.


2) A maioria dos valores são anuais – com as exceções sendo ressaltadas em itálico. Patrocínios cujos valores não foram divulgados tiveram seu montante estimado de acordo com valores de mercado.


3) O Fluminense não foi incluído na lista pois seu patrocínio (Unimed) não segue ditames de mercado, constituindo estranha espécie de co-gestão.

A única vez que o Flamengo se encontrou tão mal colocado neste ranking foi quando o clube rompeu duradoura parceria com a Petrobras. Infelizmente em 2011, pode-se dizer que a patética 10ª colocação do rubro-negro não configura mais uma circunstância de momento. O Flamengo é o único grande clube da Série A sem um patrocínio-máster, e esta situação parece longe de ser modificada.


Inúmeras matérias dão conta que o Flamengo recebe no máximo propostas na casa dos R$ 15 milhões anuais. Neste padrão o clube igualaria o Santos na 4ª colocação – situação inconcebível até mesmo se considerarmos sua condição de finalista da Libertadores. Palmeiras e São Paulo jogaram a Copa do Brasil – assim como o Flamengo – e se encontram em patamar muito superior ao alvinegro praiano. Igualar o Corinthians – antiga obsessão - tornou-se devaneio.


A verdade é que se o Flamengo fechar um patrocínio–máster na casa dos R$ 15 milhões anuais, estará praticamente se igualando a mineiros e gaúchos – uma vez que os últimos se encontram em processo de renegociação. Para piorar, o Flamengo quase se equipararia ao Botafogo – time com torcida 4 vezes inferior no RJ, 10 vezes menor Brasil afora. O patamar de exposição proporcionado pelo Flamengo destoa assustadoramente de todos os clubes citados acima, tornando inaceitável que não venha a conseguir parceria proporcional ao que ele próprio oferece.


Outra questão a ser considerada é que diversos clubes – entre eles Corinthians, São Paulo e Botafogo – fecharam patrocínios bastante vantajosos ao longo dos últimos dois meses. Isto desintegra a enraizada argumentação de que “as empresas já teriam seus orçamentos fechados”, atrapalhando os negócios.


Por fim, e como também já foi dito, alguns clubes se encontram em pleno processo de negociação de parcerias. O contrato do São Paulo com o Banco BMG expira em julho. O mesmo se aplica aos gaúchos com o Banrisul. Em todos os casos, existe a certeza de que os valores atuais serão reajustados de modo bastante satisfatório a todos eles.


É sabido que o mercado de patrocínios esportivos vem enfrentando momento de readequação a um novo modelo. Hoje, todos os clubes se submetem ao fatiamento de suas propriedades para que possam elevar suas receitas a um padrão adequado. Como bem detalhou o repórter Vinicius Castro, do UOL Esporte, a indefinição de qual modelo seguir vem afastando investidores do Flamengo. Infelizmente, o clube é hoje o único a argumentar recusa pela “poluição do uniforme”.


Mentes obsoletas, clube obsoleto. O Flamengo teve apenas a quinta maior receita do futebol brasileiro em 2010. Como o ranking acima se refere a 2011, é fato que o clube despencará ainda mais na lista. Isto aprofunda o processo de apequenando daquela que deveria ser a maior instituição esportiva do país sob qualquer ponto de vista.

E-mails para a coluna: viniciusflanet@gmail.com


Twitter: www.twitter.com/viniciusflanet (@viniciusflanet)

Alfarrábios do Melo


Saudações flamengas a todos. Quinta rodada do Brasileiro, e o Flamengo segue insistindo em brindar sua Nação com um futebolzinho “tá ruim, mas tá bom...”. A questão é que a paciência do torcedor está esgotando, o Ronaldinho perdendo o encanto e o processo de desgaste do “pofexô” Luxemburgo começa a ganhar contornos expressivos. Isso em meio a uma diretoria que não contrata, não define metas, não consegue patrocínio e vai tocando o futebol à custa de adiantamentos e endividamentos.

Enfim, sábado tem Atlético-MG. E, aproveitando que estamos em um ano rico em efemérides (10 anos do tetratri, 50 anos do Rio-SP), quero lembrar uma passagem da Libertadores-81, que completa 30 anos. E aproveitar para contar um pouco do que aconteceu no célebre 21 de agosto, mais um incidente em que se criou um mito.

A Decisão Que Não Houve


1981. Está encerrada a Primeira Fase da Taça Libertadores. No entanto, ainda resta uma vaga, pois o Grupo 3, após uma disputa muito equilibrada, ainda vai ser decidido com uma partida desempate entre os brasileiros Flamengo e Atlético-MG.

As feridas da polêmica final de 1980 ainda estão longe de ser fechadas. Os atleticanos consideram-se eternamente “roubados”, o Flamengo não perdoa a selvageria do primeiro jogo daquela decisão. Além disso, a disputa pela vaga transcende as quatro linhas. Torna-se notória a “ajuda” oferecida pelos mineiros ao Olimpia, para fazer os paraguaios suarem sangue no empate em 0-0 com o Flamengo em Assunção, que definiu a necessidade do jogo-extra. Os mineiros querem a todo custo levar o duelo para São Paulo, “lá o Flamengo vai ter torcida contra”, é seu pobre argumento principal. No entanto, a sede mais indicada é Goiânia, o gramado do Serra Dourada é o melhor da América do Sul, a região é central, o estádio recebeu várias melhorias para acomodar jogos da Seleção Brasileira, estando apto, portanto, a receber jogos internacionais. Além disso, o público goiano é fanático e participativo, proporcionando várias arrecadações interessantes. O argumento financeiro mostra-se mais robusto e a partida é, enfim, marcada para Goiânia.

Gramado impecavelmente decorado, 75 mil, tudo parece indicar que a belíssima noite de sexta-feira irá presenciar um espetáculo inesquecível. De fato, o que irá acontecer em campo será eternamente lembrado, mas por outros motivos...

O Flamengo segue sem Andrade, ainda contundido. Raul, às voltas com uma tensa renovação contratual e com um forte torcicolo, chega a ser dúvida, mas vai a campo. Leandro irá atuar como volante, entrando Carlos Alberto na lateral. Já no Atlético, o zagueiro Luisinho está fora, suspenso. Toninho Cerezo, sem contrato, também seria um desfalque, mas a diretoria consegue uma liminar na justiça forçando o meia a atuar, o que irrita bastante o jogador. Aliás, algumas informações dão conta que o ambiente interno no Atlético não é dos melhores. Mas isso pouco importa, pois enfrentar o Flamengo já lhes serve de motivação.

O Flamengo possui ligeira vantagem, pelo melhor saldo de gols. Joga por um empate nos 90 minutos e na prorrogação. No apito está José Roberto Wright, tido como o melhor árbitro da atualidade, escolhido de comum acordo entre as diretorias. Wright dirigiu a nervosa estréia de ambos na Libertadores, no Mineirão, conseguindo um bom desempenho (ao menos não houve expulsão).

Desde o início da partida, as propostas de jogo são claras, bem delineadas: o Flamengo, mais cauteloso, compacta o meio, com Tita e Adílio mais recuados, ajudando Leandro na marcação dos perigosos Palhinha e Éder e sufocando Cerezo, o principal armador adversário. Os mineiros tentarão pressionar a saída de bola flamenga e explorar os ponteiros Vaguinho e Éder.

No entanto, essas táticas logo tornam a partida bastante truncada, o que é agravado pelo latente nervosismo dos jogadores. O Flamengo consegue anular Cerezo, que está apagado. Palhinha inverte posição com Reinaldo, que vai buscar jogo no meio. Mas o jogo mineiro não flui, o jeito é apelar para chutões, a tal “ligação direta”, que é bem neutralizada pela zaga flamenga. Leandro, em noite exuberante, não perde uma bola. Mas o Flamengo também tem problemas. O recuo de Tita e Adílio tira a força ofensiva, Nunes também volta para buscar jogo, e Zico e Baroninho acabam isolados, sacrificando-se no combate à saída de bola adversária. Há poucas chances de gol. O jogo não é estudado, é muito corrido, mas há poucas perspectivas de que o 0-0 seja alterado. O ferrolho de Carpegiani vai funcionando. Com isso, os jogadores mineiros vão se tornando mais nervosos. Perigosamente tensos.

Não é um jogo fácil para o árbitro. No histórico recente, sempre vai alguém expulso, invariavelmente atleticano, normalmente o truculento Chicão. Já aos 3' começam os problemas, Reinaldo reclama de uma marcação de toque, Cerezo puxa a camisa de Leandro. Amarelo. Logo depois, falta para os mineiros, Nunes catimba, leva um esporro meio exagerado de Wright, que também começa a mostrar certo nervosismo. Um preocupante nervosismo.

Mas, mesmo com toda a atmosfera tensa, Wright vai administrando a partida, picota as faltas, ajuda a truncar ainda mais o jogo. É necessário. Mas os mineiros não dão a menor mostra de colaboração. Palhinha a toda hora grita, gesticula, presepa, até que consegue seu cartão amarelo, após dar um tapa em Tita e, na sequência, acertar um pontapé em Leandro. Pouco depois, bola alçada na área flamenga, Mozer se antecipa a Reinaldo, mas a bola resvala no braço de Figueiredo, que está de costas. Mesmo assim, Reinaldo se desespera, pede pênalti, joga a bola pro alto, estrela um show. A seguir, Vaguinho dá um coice em Júnior. Amarelo. A paciência de Wright vai se esgotando e, aos berros, o árbitro avisa que na próxima vai um expulso.

O Flamengo não chega a controlar o equilibrado jogo, mas vai mantendo as ações concentradas no meio. E começa a viver um momento melhor, já cria chances com mais frequência, João Leite é acionado. Isso vai irritando ainda mais os mineiros, Leandro aplica drible desconcertante em Éder, que o agarra com violência. Mais um amarelo. Mozer também é advertido, ao derrubar Vaguinho na ponta. Nesse momento, o ambiente já é hostil. Palhinha encosta em Wright e fala um monte. Reinaldo passa, mais gracinhas. O ar se torna irrespirável, a ignição é iminente. Até que Zico pede a bola...

Zico, até então sem espaço e dedicando-se a atrair marcação, resolve voltar para buscar jogo. Recebe de Júnior e vai conduzindo, mas Reinaldo corre para dar combate, tira os dois pés do chão e acerta uma voadora no Galinho, que ainda tenta seguir (está em posição perigosa), mas vai ao chão. Wright, sem pestanejar, expulsa o mineiro. “Eu avisei”. Vai começar o inferno.

Em uma cena burlesca, os atleticanos abordam Wright em fila, e distribuem xingamentos e empurrões em série, devidamente retribuídos pelo árbitro, já exaltado. Mas o jogo segue. O Flamengo tenta atacar, perde a bola, contragolpe mineiro em velocidade, falta. Éder tenta cobrar com pressa e a bola rolando, Wright para o lance, arruma o lugar, o mineiro dá um esbarrão no árbitro, rua. É o estopim. Ali, acaba a partida.

O que se segue é digno de pastelão. Os dirigentes atleticanos entram no gramado e tiram os jogadores de campo. Jogadores como Chicão e Palhinha forçam a todo custo suas expulsões, metem o dedo na cara do árbitro, destilam sua bile, ofendem, achacam, e finalmente conseguem seu intento. A essa altura, o Atlético-MG só conta com sete jogadores. Mas os mineiros já decidiram melar o jogo, apenas precisam resolver a forma. Reúnem-se numa constrangedora conferência na beira do campo, alguns dão entrevistas exaltadas, um desorientado fala em necessidade de intervenção militar na CBF tipo 1964, entre outras aleivosias. O Flamengo, do outro lado, bate bola e brinca de bobinho. Enfim, após uma eternidade, resolvem, “pela honra do esporte”, voltar para o jogo. Logo se perceberá a cascata. A contragosto, Wright, que já está de saco cheio, resolve continuar a pantomima.

O circo vai seguindo. O Atlético-MG queima suas duas alterações (máximo permitido) e manda os reservas para o vestiário. Dirigentes ainda alegam que Wright os expulsara, outra conversa mole. Se algum mineiro se machucar, acaba o jogo. Não dá outra. Trila o apito, Cerezo recua a bola para João Leite, que dá um chutão pro lado e desaba, mão na coxa. Wright, que já percebera a intenção mineira, manda o jogo seguir, mesmo com o goleiro no chão. Agora é Fernando Roberto, que acabara de entrar, que cai ao solo. Os mineiros se recusam a seguir, Wright percebe que a ópera-bufa não vai render mais, expulsa mais um atleticano e acaba com a palhaçada. A atmosfera é de perplexidade.

Há mais. Alguns jogadores mineiros confraternizam com os flamengos, trocam camisas. Os dirigentes, enfurecidos, tiram-nos de campo. Como ato final, todos os jogadores atleticanos fazem uma corrente, vão ao centro de campo, saúdam os espectadores e se retiram sob uma sonora e caudalosa vaia. É o fim da canastrice.

Após o triste episódio, o Flamengo é obviamente declarado vencedor. Os mineiros recorrem, chiam, esperneiam, destilam aquela velha conversa de complô, Globo etc, mas a própria diretoria do clube já tira suas conclusões, e começa a desmontar o time. Negocia os encrenqueiros Palhinha e Chicão para o Santos, em nome de uma nova mentalidade, mais vencedora e competitiva. Ironicamente, o “novo” Atlético-MG será eliminado no Brasileiro-82 pelo Flamengo, e o Santos de Palhinha e Chicão cairá diante do... Flamengo.

Essa é a história do “escândalo”, da “roubalheira”, do “jogo negociado pela mídia” e outras tantas bobagens. Como 1987, como o pretenso “suborno do lateral botafoguense” de 1992, do “goleiro comprado” do Liverpool, são lendas urbanas que insistem em ser alimentadas por uma mal resolvida capacidade de se ombrear ao rival maior.

Mal sabem que, quanto mais se espalham os mitos, maior o Flamengo se torna.

Vídeos:
FLAMENGO 0-0 ATLÉTICO-MG na íntegra;
A Falta de Reinaldo em Zico;
FLAMENGO 0-0 ATLÉTICO-MG melhores momentos;

Flamengo Net

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