quarta-feira, 30 de maio de 2012
Será que alguém esperava que R10 ia re-editar seu futebol de
melhor do mundo no Flamengo? Duvido, ninguém esperava isso.
Será que havia alguma dúvida de que o grande diferencial
dele era o potencial de marketing e um upgrade técnico modesto no grupo? Dúvida
nenhuma, era nisso que todos acreditavam.
Será que alguém se iludiu de que ele havia se tornado
rubro-negro fanático e iria colocar o coração em campo a cada partida ou
treino? Claro que não, ninguém tinha essa ilusão.
Recapitulando: ele tinha que fechar com a torcida – ele
fechou, desde a festa de recepção na Gávea, desde o Flamengo é Flamengo.
Ele tinha que ser artilheiro – ele foi, fez muitos gols e
fez gols importantes.
Ele tinha que virar referencia em campo – ele virou, fez
grandes jogadas, foi o personagem do jogo do ano contra o Santos, foi importante
para o campeonato invicto, foi personagem de reportagens e tudo o mais.
Ele tinha que assumir a figura de ídolo e superstar para
alavancar projetos de marketing que permitissem o financiamento do projeto
ousado de financiamento de sua contratação – ele assumiu, conseguiu até voltar
a ser convocado, não faltava a nenhuma atividade, elogiava o Flamengo,
cultivava a paixão da garotada Brasil afora.
Onde é que a coisa degringolou, então?
Simples, na ( má ) gestão de um “contrato” de alto potencial
mercadológico e econômico mas de características frágeis, em função de seu
futebol em decadência ( mas ainda diferenciado ) e de sua personalidade
introvertida. Era um projeto com prazo de validade, que dependia de uma ação
rápida e ousada, para alavancar as inúmeras possibilidades de receitas tanto
pra ele como para o clube. Na inação, na lentidão, na má gestão, o projeto começou
a fazer água.
Ele está a um ano e 4 meses no clube e nesse período o
pagamento de seus vencimentos esteve em atraso mais da metade do tempo. Na
primeira vez a queda de seu futebol coincidiu com a suspensão dos pagamentos e
serviu para desgastar o antigo treinador e colocar uma pulga atrás da orelha da
massa. Mas havia, então, um bode expiatório – a Traffic. E a nossa presidene
foi esperta em colocar esse bode na sala, e fazer passar batido o primeiro
round dessa briga. Só que o cristal já estava trincado. Mas ainda era colocado
em cima da mesa como peça de decoração de luxo. Sem contrato de patrocínio
master, sem licenciamento de produtos capitalizando o astro, sem outros
contratos para financiar seu astronômico salário, nova seca e o rapaz aprofundou
sua desmotivação. E virou uma bola de neve, ele passou a ser crescentemente
hostilizado, foi se desmotivando ainda mais, a ira da torcida aumentou até
chegar ao clímax do Fora R10. O cristal
se partiu de vez. E o menos culpado de tudo é ele, muito embora não seja
inocente. Todo mundo sabia que ele não era Flamengo, que se tratava de uma
relação comercial: eu jogo acima da média, faço gols, dou passes, inflo o ego
do clube e da nação, minha imagem é capitalizada, vocês faturam, me pagam, todo
mundo fica feliz. Quem quebrou esse cristal foi a Presidente e seu estafe. Já
dizia aquele sábio ditado: quem não tem competência, não se estabelece. Tudo
leva a crer que isso não tem mais conserto.
#QueremosONossoFlamengo
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