sexta-feira, 18 de maio de 2012


Íbson e negódi amor à camisa

Certas coisas que não entendo.

Íbson é um bom jogador. Não é craque, nunca foi, mas não é nenhum pereba. Inteligente, articulado, sabe tratar a bola, faz o que o técnico manda e se cuida fisicamente. Ou seja, jogador-padrão sonho da maioria dos clubes do Brasil e seus pragmáticos treinadores. 

Aí ele tá no Santos, para muitos o melhor time do país e até do continente; com chances reais de ganhar a Libertadores e o Mundial (agora que Real e Barça não jogarão); e até o Brasileiro; salários em dia; estrutura montada; paz política; torcida feliz e tranquila; equipe forte onde o principal jogador está em ótima fase e é apontado como um dos melhores do mundo; técnico definitivo e seriedade. 

Tem tudo isso, mas resolve sentir saudades do “feijão” e quer voltar para o Flamengo. E o que é o Flamengo? Time de férias há quase um mês pela incompetência dos jogadores; salário em algum dia; canteiro de obras que chamam de CT; técnico no estilo do “perdeu três, caiu”; equipe cheia de problemas onde o principal jogador vive de uma fama antiga; torcida infeliz e puta da vida (mas comprada para não reclamar); turbulência política e ninguém acredita onde pode chegar no Brasileiro. 

Por que ele quis isso? Amor à camisa? Bom, o mesmo Íbson foi procurado pelo mesmo Flamengo no ano passado, mas escolheu o Santos, que já estava classificado para o Mundial. Não sei não. Acho que é amor à outra coisa. Lógico que Íbson será titular com Johell Santanás. Com isso ele não se preocupa. Salário é aquilo, demora para entrar, mas quando entra, vem uma bolada. Tem os amigos, as folgas, o Rio Sampa... E tudo isso sem precisar jogar mais do que o Elano ou o Arouca. Por mais inusitado que possa parecer o ato de trocar uma estrutura que pode dar títulos por uma falta de estrutura, eu entendo o “amor à camisa” do Íbson. Ele é Flamengo, sim, com certeza. Em tudo o que isso pode significar hoje em dia. 

E o clube? Bom, ganha mais um jogador para as dancinhas pós-gol, mais um “filho que torna à casa”, essas coisas todas. E ainda tem o Adriano se recuperando (sic) e o Bruno lutando por habeas corpus. Olha aí, Parqtrícia Amorim. Quer chance melhor de remontar aquele time do hexa? Se chamar, até o Pet vai (e será mais profissional e compenetrado que o cabeludo).

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