quinta-feira, 17 de maio de 2012

Calúnia do Rúbio Negrão Express


Aí o Alex do Triplex manda um e-mail pros colunistas do Blog da Flamengonet solicitando textos com uma avaliação das possibilidades rubro-negras no Brão 2012, a fim de montar uma pequena série até a temida estreia de sábado.

E eu aqui cheio de coisas pra fazer, um A Tarde é Sua “imperdível” (pelo menos a Sonia Abrão assim garantiu na chamada do programa) pra assistir, um gibi histórico do Capitão América na cabeceira pra ler, uma pipa linda, linda, linda pra soltar... Mas, como compromissos foram feitos pra ser adiados, vamos lá: 

Se fosse xadrez, tênis, basquete, MMA, eleições pra Presidência da República, ou outro esporte mais ou menos previsível, onde o melhor (ou menos ruim) geralmente vence, no próximo sábado eu iria começar um bom livro, de preferência daqueles com mais de mil páginas, e duas continuações, sendo a última anotada e comentada por um crítico mais prolixo do que estou sendo nesta frase, de forma que tivesse a certeza de que somente conseguiria terminá-lo em meados de janeiro do ano que vem, isso se o tão esperado fim do mundo não acontecesse antes.

Ufa!

Deixo claro que, obviamente, eu adoraria ser hepta este ano, da mesma forma que eu adoraria me tornar rico e famoso este ano, de “acontecer” este ano, de ir no Jô este ano. Mas vai rolar? Acho que não. Muito improvável, pelo menos neste ano.

Porém, peço aos meus leais detratores que não se precipitem, e me tachem de pessimista ou quinta-coluna. Tá bom, “quinta-coluna” vá lá, mas “pessimista” seria uma triste injustiça. Eu sou apenas um cara “pra baixo”, meio desanimado em razão de uma impiedosa pindaíba. Mas pessimista, jamais! E provo:

Lembrem-se de que, felizmente, o futebol é o esporte mais imprevisível que existe, depois, claro, da porrinha de 4 palitos. Ciente desse fato, a providência mais radical que a minha falta de fé neste Flamengo provocou foi a não renovação do meu PPV. Apenas isso. Não arranquei os cabos, não doei a TV, não joguei fora os meus mantos sagrados nem comprei o tal livro com mais de mil páginas. Ainda.

Tenho, sim, uma esperança tênue no hepta, e outra um pouco mais robusta na nossa permanência na Série A. Mas é duro quando a esperança se baseia exclusivamente no fortuito e no imponderável, a saber, na máxima “O futebol é uma caixinha de surpresas”. E é mais duro ainda saber que tal máxima é argumento mais do que insuficiente numa discussão com torcedores rivais: “Cês vão ver quando o Mengão encaixar, seus manés! Vamos arrebentar, porque futebol não tem lógica!”

Daí, agora firmemente baseado na minha convicção de que este ano o acaso irá prevalecer à lógica, ao planejamento e ao trabalho árduo, tentarei finalizar esta análise do modo mais otimista que consigo vislumbrar no momento, um momento que, diga-se de passagem, muito favorece a esperança num amanhã melhor, visto eu estar digitando este post com uma mão, e batendo uma couve-flor à milanesa deliciosa com a outra.

Vamos lá então, agora sejendo cinsero, analfabético e otimístico: todos sabem que o primeiro turno do Brasileirão não define absolutamente quase nada. Muitos times que começam o certame de forma arrasadora, terminam o ano lutando pra não cair, e muitos outros que iniciam a competição na lanterna, evoluem no segundo turno, etc. (Certo, o ideal seria acumular “gordurinhas” no início para queimá-las no final, mas estamos falando de Flamengo, ok?)

Neste exato momento, admitem todos os rubro-negros não remunerados, o Flamengo está mal, e ainda pode piorar. Ou, caso o meu otimismo não me deixe na mão, pode melhorar! Porque Wellington Silva, Amaral e Jorge Luiz podem ser bons jogadores. Porque o Ibson pode contagiar todo o elenco com a sua vibração. Porque o R10 pode ser barrado. Porque o Joel pode começar a planejar a equipe jogo a jogo, de acordo com o adversário. Porque o Kleberson pode confirmar sua nova (e boa) fase. Porque o time pode se unir e “encaixar”, a exemplo de 2009. Porque a torcida pode deixar as picuinhas de lado, e voltar a contagiar o time em uníssono. Porque o Negueba pode finalmente desabrochar. Porque os árbitros podem arbitrar com lisura. 

Ou seja, porque pode acontecer um baita dum milagre.

Flamengo Net

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