quarta-feira, 11 de abril de 2012

Desgraçadamente Iludidos e Esperançosos

O fracasso quase consumado na Libertadores é o reflexo da gestão pífia de um clube comandado com paixão, e não com profissionalismo. Quando se deixa a emoção estar à frente da razão – ou a politicagem acima dos princípios -, não há como querer ser grande novamente. E hoje o Flamengo só é grande por causa de seu passado e de seus torcedores apaixonados, pois vive mais à base de sorte do que de competência. Aliás, a Nação – e eu me incluo nisso, claro – é a torcida mais iludida do país. Nós, rubro-negros, realmente acreditamos que veremos novamente uma Seleção de Ouro 81, que surgirá da base um novo Zico, e que somos mesmo os fodões e não podemos perder nunca. Por isso, seguimos nos enganando com vexames históricos e ludibriados com os piores ataques do mundo, sejam eles compostos por Sávio, Romário e Edmundo, ou por Love, Pinguço e o Dentuço.



Porém, antes de cutucar ainda mais a casa de marimbondos, resgatar um pretérito esdrúxulo e salientar outra utopia para tapar o sol com a peneira, vale ressaltar que o Flamenguinho de Joel ainda tem uma  chance remota de permanecer na competição continental. Isso sim é o que eu prego sobre “viver à base de sorte”, porque por merecimento a Libertadores não deveria ser disputada pelo clube sequer no Playstation. Mas, o problema é que o time não depende apenas de um empate alheio, mas sim de seu próprio desempenho dentro de casa. Aí sim é que o bicho pega. Pois quem de nós realmente acredita e confia neste Flamengo ou crê que esta equipe tenha condições de disputar o título desta bagaça?

Ah, mas Joel já tem, além do discurso pronto em caso de fracasso, o respaldo com a chance de conquistar novamente um campeonatinho regional. Afinal, sua competência se resume apenas a isto. E a raiva da Nação sempre é atenuada com uma conquista menor, o que ressalta o seu contentamento com pouco.

Não que o Carioca não seja valioso, pois deixa na história jogos inesquecíveis e eterniza ídolos como RondinelliRodrigo Mendes, Tuta, Petkovic e Obina (meu Deuuuuus...). Mas, vale o quanto pesa? Contratam-se jogadores demasiadamente caros para apenas ser time grande no Rio de Janeiro? Já passou o momento de se satisfazer com pouca coisa, mesmo que essa coisa pouca seja a única que ainda nos resta.

Bruno Cazonatti

Flamengo Net

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