terça-feira, 6 de março de 2012

O Sr. Discreto

por Max Amaral*

"Ele é o Sr. Discreto, alguém que por vontade própria passaria desapercebido a temporada inteira.
Em cada partida, joga meio sério durante uns 15 minutos, e passa o resto do tempo completamente desinteressado.
Para um contrato de milhões como o que tem, ele deveria ser O cara, com atuações consistentes e convincentes, mas ele não mostra coragem, direção ou mesmo algum “fogo” nas entranhas.
Ou você pode ter uma visão menos dura, e considerar que ele é um bom jogador – com ênfase no “bom”. Mas não, “14 milhões por ano” bom, não “vale a pena ter” bom. Quando o seu jogador mais bem pago é tão discreto, é duro pedir mais apoio da torcida.
Ele ficou ofendido quando alguns torcedores não demonstraram respeito por ele durante a renegociação do contrato. Sério?
Pelo bem do time, eu gostaria que ele ficasse no banco com seus resmungos e deixasse a meninada que está aparecendo agora jogue, amadureça e desenvolva a paixão por vencer.
Ele é um cara legal, que seria um excelente vizinho ou amigo, mas definitivamente não é alguém que pertença ao mundo do esporte profissional.
Um repórter uma vez perguntou a ele se ele se sentia o jogador mais importante do time. Sua resposta foi rápida: - Não, eu sou apenas mais um dos jogadores, todo mundo aqui é igualmente importante.
Para mim, alguém com sua experiência – e salário – que dá uma resposta dessas mostra claramente que não está disposto a assumir nenhuma responsabilidade"...

Ronaldinho Gaúcho?

Não.

Esses são alguns comentários de um jornalista conceituado aqui nos States, Mark Kizla, sobre Nenê, jogador brasileiro dos Denver Nuggets, da NBA.

Você já parou para ver um jogo da NBA? Se não, faça esse experimento, mesmo que não goste de basquete. Veja aqueles caras, com salários absurdamente milionários, correndo como se a janta dependesse disso. Como se as torcidas dos seus times cobrassem uma fração do que uma torcida de um time de futebol ao redor do mundo cobra. Como se fossem perder a vaga no time ou na Seleção Olímpica do país se não estiverem dando 120% por jogo. E eles jogam 2 ou 3 jogos em 2 ou 3 dias seguidos, sem ficar choramingando contra o cansaço ou o calendário.

E é nesse cenário que o Nenê é tão criticado. Na verdade, uma das“ofensas” que o Kizla joga sobre ele é, exatamente, que ele se comporta como sefosse um jogador de futebol. Soccer, mais precisamente.

E o chato é que eu sou forçado a concordar…


Nene jogou 23 dos 37 jogos dosNuggets na temporada.

Então, concluindo: a crítica é absolutamente pertinente. Um jogador sem sangue é algo que irrita, atrapalha o time, compromete o desenvolvimento de novos valores, enche o saco.

E ela se aplica como uma luva ao nosso atual camisa 10.

Logo, se alguém aqui nas terras do Tio Sam descobrir a fórmula para injetar alguma vontade no Nenê, eu repasso para vocês aí, e a gente tenta fazer essa contratação do Dentuço finalmente valer a pena…


*Max Amaral é um arquiteto perdido nosStates, de onde acompanha o Mengão com muito mais paixão, interesse eaborrecimento do que a D. Patroa acharia minimamente aceitável…

Flamengo Net

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