terça-feira, 1 de julho de 2008

COLUNA DE TERÇA-FEIRA - Alexandre Lalas

Algumas observações

Muita gente boa já disse, aqui no blog e fora dele, que Caio Júnior acertou nas substituições e ganhou o jogo contra o Sport, na Ilha do Retiro, no domingo passado. De fato, nosso treinador mostrou coragem e inteligência ao substituir Christian por Maxi quando os pernambucanos eram mais perigosos no jogo. Com a mexida, o time avançou suas linhas, voltou a pressionar o Sport em seu campo e conseguiu o gol na bacia das almas. Nota dez para Caio. Mas, noves fora a vitória, a boa atuação e a liderança, vamos a algumas observações.

Nosso time precisa aprender a matar o jogo quando a oportunidade se oferece. Quando fizemos o primeiro gol, o time da casa se perdeu completamente. Tínhamos ali a chance de marcarmos o segundo, o terceiro e sabe lá o que mais. O Flamengo dominava inteiramente a partida. Mas não soubemos tirar proveito da nossa vantagem e quase deixamos escapar a vitória mais do que merecida. O que aconteceu?

Pra começar, nossa defesa recuou demais. Passamos a marcar dentro da nossa área. E não foi o Sport que nos empurrou. Nossos beques e volantes é que passaram a se posicionar mais atrás. Mesmo Ibson passou a jogar atrás da intermediária de nossa defesa. Com isso, abrimos espaços demais no meio-campo e convidamos o time da casa a jogar. Cansado, Renato Augusto ainda tentava puxar contra-ataques e manter a pegada no meio. Cansado, não conseguiu e foi bem substituído.

Outro ponto importante. Precisamos ter mais capricho no último passe, assim como tivemos no lance do gol da vitória. Marcinho, Tardelli e Renato Augusto puxaram contra-ataques importantes que se perderam em decisões equivocadas. Passes quando chutes eram a melhor opção, finalizações displicentes quando outros jogadores estavam melhores colocados. Temos que aproveitar os espaços dados por nossos adversários quando em desvantagem. Nem sempre teremos a sorte de decidir no final dos jogos.

Por falar nisso, mais uma prova inequívoca da nossa boa condição física. Time que ganha jogo no fim tem sorte sim. Mas essa sorte é filha da competência e do trabalho bem feito durante a semana. Sem gás, não há sorte que ajude a uma equipe marcar gols no fim do jogo. E, neste ano, esta tem sido uma feliz rotina de nossa equipe. Teremos a confirmação desta impressão nesse mês de julho, quando teremos oito jogos em um mês. Os clubes que melhor sobreviverem a esta maratona serão os mais fortes candidatos ao título.

Estamos no caminho certo. Ainda prefiro a entrada de Kléberson ou Jonatas em lugar de Christian. Jaílton jogou bem. Toró, para voltar em seu lugar, vai ter que mostrar serviço. Obina foi bem também. Mostrou o bom e perigoso centroavante que é. Os que reduzem a capacidade do bom baiano a um personagem folclórico que é xodó da torcida são de uma miopia irresponsável. Obina é um bom atacante. Oportunista, forte e com boa capacidade técnica (vide o lançamento de 40 metros que fez no segundo tempo). Souza, em fase ruim, bem merece um chá de banco.

Mas precisamos ficar atentos a detalhes importantes que podem fazer a diferença em um campeonato equilibrado como este.

Para finalizar, duas perguntas: até quando o futebol brasileiro vai permitir jogos da primeira divisão de seu campeonato principal em gramados horrorosos como aquele da Ilha do Retiro? E até quando a polícia de Recife vai tratar os jogadores de futebol como bandidos?

Fica Ibson!

Até terça!

Flamengo Net

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