quinta-feira, 3 de julho de 2008

COLUNA DE QUINTA-FEIRA - Raphael Perret

Vencer, vencer, vencer


Líder isolado, melhor ataque, melhor saldo de gols e time que mais venceu no campeonato. Um início promissor e de deixar qualquer um de nós, rubro-negros, na expectativa pelo título brasileiro. Mas manter a primeira posição até o final é muito difícil. Praticamente exige um aproveitamento de 100% até o término do campeonato, o que é impossível de se obter. Qual, então, será o caminho para o tão esperado hexa? Pensei em três respostas-chave, que não são nem um pouco definitivas:

Vontade permanente de ganhar - repito, não vamos vencer todos os jogos. Mas é preciso entrar em campo com uma faca entre os dentes, barba por fazer, cara de mau e buscar a vitória sempre. Nunca se contentar com o empate. O Flamengo tem jogado assim e, não à toa, é o líder. Afinal, em todas as partidas, mesmo na derrota para o São Paulo, correu atrás do resultado positivo (com exceção do jogo contra o Grêmio, em que ficou retrancado). A substituição de Cristian por Maxi, depois do gol de empate do Sport, já é histórica e pode ser o símbolo do retorno do Flamengo ao seu glorioso passado. Um passado de ousadia e com gana de vencer, em qualquer lugar, contra qualquer adversário. Se a qualidade individual é bem diferente de outros times pro atual, em nada Juan, Fabio Luciano, Obina etc. devem ao fantástico elenco do início dos anos 80 no quesito coragem.

Qualidade do elenco - mas não adianta se atirar à frente tendo jogadores medíocres. Felizmente, não é o caso atual do Flamengo. O elenco rubro-negro não é fenomenal, mas não é inferior ao de nenhum time brasileiro. Se Caio Junior aposta na vitória, sempre, é porque confia nos jogadores que tem na mão. Ponto para a diretoria, que contratou a dedo e, depois do fiasco ipatinguense, mais acertou do que errou. O importante é manter o valor do elenco depois da janela de transferências para a Europa, com uma reposição de peças correta, seja através de novas aquisições, seja trazendo peças das divisões de base.

Preparo físico - já está batido o discurso, mas é preciso ressaltar que o Fla corre mesmo no fim das partidas - e nas duas últimas conseguiu gols nos acréscimos. Começa, agora, um momento importante no Brasileiro: a partir de domingo, teremos dois jogos por semana. O preparo físico será fundamental, e se o Flamengo mantiver o pique, a duplicação do número de jogos por mês não será sentida.

E para você? O que mais é importante para que o Flamengo se mantenha no topo da tabela?

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Jogo coletivo - Reparem os últimos gols marcados pelo Flamengo. A maioria deles é fruto de jogadas coletivas. Melhor: de boas jogadas coletivas. Tabelas rápidas, muita velocidade e passes precisos. Sem falar na volta das jogadas ensaiadas (ufa!), abandonadas na fase Joel. Sem grandes talentos individuais, um time é vencedor quando os atletas jogam para todos, buscando o companheiro melhor posicionado (Juan até exagera neste atributo; basta lembrar a jogada desperdiçada no início da partida contra o Grêmio), tentando enganar o adversário com rapidez na variação de lado e, sempre, tocando a bola sem errar. O Flamengo tem melhorado muito nestes atributos. E a percepção de união é reforçada pela alegria com que os jogadores comemoram os gols em conjunto, abraçados. Este companheirismo é muito importante e ajudará na luta pelas vitórias.

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Kleberson - Não sabemos se a possibilidade da saída de Ibson o estimulou, mas Kleberson tem jogado o suficiente para que, uma vez titular, esqueçamos em minutos a saída do volante formado na Gávea. No pouco tempo em que participou dos dois últimos jogos, o pentacampeão fez um gol e deu um passe sensacional para Juan dar assistência a Obina contra o Sport. Se continuar nesse ritmo e usar para o bem a sua excelente visão de jogo, nós, rubro-negros, ainda ficaremos muito felizes neste campeonato.

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Continhas - na filosofia conservadora tradicional (ganhar em casa e empatar fora), reinante na Gávea nos últimos anos, o Flamengo teria arrancado, na melhor das hipóteses, cinco pontos nos últimos três jogos. Seguindo a doutrina atual, o Rubro-Negro conquistou seis pontos. Se deixou escapar uma vitória no Maracanã - e para um dos melhores times do campeonato, não babas como Paraná, Brasiliense e Fortaleza - conseguiu dois ótimos resultados fora do Rio. Alguém ainda duvida da importância da vitória no Brasileirão?

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Congratulações - parabéns ao Fluminense pela sua conquista inédita: o vice-campeonato da Libertadores. Esse, nem o Flamengo tem! Vai, ainda, uma pergunta ao engenheiro Renato Gaúcho: a quantos quilômetros está, agora, o Flu da Libertadores de 2009?

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