terça-feira, 8 de julho de 2008



COLUNA DA TERÇA-FEIRA - Alexandre Lalas


O próximo


Que rodada espetacular a de domingo. Daquelas que nem o mais otimista dos rubro-negros poderia sonhar. Mas o melhor de tudo é que fizemos nossa parte com sobras. Vencemos com a autoridade que se espera de um time aspirante ao título nacional. Sobre o jogo, apenas alguns pitacos. Gostei de Dininho. Apesar de não ser muito exigido, mostrou segurança, boa colocação e noção de antecipação. Faltou ver como ele se sai no jogo aéreo, já que o Náutico mal cruzou bolas. Kléberson foi outro a jogar bem. Organizou o time, marcou, se apresentou no ataque, errou poucos passes. Aos poucos, o jogador parece estar encontrando seu bom jogo. Nossos laterais, como de costume, foram excelentes. Mas vale um puxão de orelha em Leonardo Moura. Cartões bobos são um dos detalhes que podem fazer a diferença em um campeonato equilibrado como o nosso.

Mas a melhor das notícias do jogo foi a ótima atuação de Renato Augusto. Até machucar o lábio (esse menino precisa urgente de uma rezadeira), o meia jogou como sempre esperamos que ele faça. Foi veloz, objetivo, inteligente, insinuante. Depois da contusão, talvez por conta da irritação pela nuvem negra que insiste em acompanhá-lo, Renato Augusto baixou o tom. Esperemos que contra o Atlético prevaleça o jogador da primeira meia hora do jogo contra o Náutico.

Quem ainda pode melhorar é Marcinho. Fez um belo gol, mas se tiver um pouco mais de inteligência nos contra-ataques, o jogador pode se consagrar. O passe para o gol de Kléberson é a prova de que ele pode fazer mais do que faz. Precisa de inteligência para ler a melhor jogada e saber a hora certa de dar um passe ou partir para cima do adversário em velocidade e tentar o drible. Falta pouca coisa, meros detalhes, mas que farão com que o mineiro seja ainda mais produtivo para a equipe.

Agora é a hora da verdade. Contra o Atlético, no Mineirão, teremos mais uma boa idéia do que esse time é capaz. Vi o jogo do Galo contra o Palmeiras. O time mineiro partiu pra cima dos paulistas, sem dar a menor chance de reação. Vanderlei armou seu time para jogar fechado e sair no contra-ataque. Não conseguiu nem uma coisa nem outra. O Atlético, que já começa a mostrar os efeitos do trabalho do bom técnico Gallo, fez um e poderia ter feito outros três, não fosse Marcos o excelente goleiro que é.

Os mineiros jogam com três volantes, sendo um deles, Márcio Araújo, de estilo parecido ao de Ibson. Danilinho é o meia que se desloca pelos lados do campo, com inteligência e velocidade, abrindo espaço para a chegada de Araújo. O centroavante Eduardo é um perigo. Sabe se colocar e chuta bem e com força. Talvez Pet jogue. Para nós, não seria ruim. A velocidade com que joga o Atlético certamente seria comprometida.

Para sairmos do Mineirão com um resultado positivo, não podemos repetir os erros do Palmeiras. Caio Júnior deve ter assistido ao jogo. E viu que a melhor maneira de frear o ímpeto dos atleticanos é prender a bola no campo de ataque. Avançar as linhas. É possível que, com a ausência de Christian, nosso técnico opte pela entrada de Toró e o coloque para marcar individualmente a Danilinho. Pode funcionar. Se anularmos esse jogador, temos boas chances de sairmos de lá com os três pontos. A outra saída seria um meio-campo mais ofensivo, com Jaílton (que vem jogando bem), Kléberson, Ibson e Renato Augusto. A vantagem dessa formação é um melhor toque de bola, o que pode ajudar a explorar os vastos espaços que dá a defesa do Galo.

Outra coisa que me chamou a atenção em Atlético e Palmeiras foi o preparo físico dos mineiros. Se, no primeiro tempo eles correram de forma alucinante, a partir dos 20 minutos da segunda etapa o time cansou e começou a ceder espaços ao Palmeiras, que empatou e poderia até ter virado o jogo. Conversei ontem com um dos maiores responsáveis pela exuberância física que o Flamengo exibe nessa temporada, o fisiologista Paulo Figueiredo. Ele me garantiu que o time está pronto para a maratona de jogos que vem a seguir. Mais do que isso, me falou que os jogadores estão cientes de que o jogo mais importante é sempre o próximo. Bom saber. É assim que se ganha um campeonato de pontos corridos.

Sobre a permanência de Ibson, parabéns a Kleber Leite e à diretoria do Flamengo que, sem loucuras, garantiram mais um ano com nosso bom jogador. A destacar também, a vontade que Ibson demonstrou em ficar e o bom senso do empresário Eduardo Uran, tão combatido, mas que mostrou estar mais interessado no bem estar de seu atleta do que num lucro rápido.

Até terça!

Flamengo Net

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