Mas a melhor das notícias do jogo foi a ótima atuação de Renato Augusto. Até machucar o lábio (esse menino precisa urgente de uma rezadeira), o meia jogou como sempre esperamos que ele faça. Foi veloz, objetivo, inteligente, insinuante. Depois da contusão, talvez por conta da irritação pela nuvem negra que insiste em acompanhá-lo, Renato Augusto baixou o tom. Esperemos que contra o Atlético prevaleça o jogador da primeira meia hora do jogo contra o Náutico.
Quem ainda pode melhorar é Marcinho. Fez um belo gol, mas se tiver um pouco mais de inteligência nos contra-ataques, o jogador pode se consagrar. O passe para o gol de Kléberson é a prova de que ele pode fazer mais do que faz. Precisa de inteligência para ler a melhor jogada e saber a hora certa de dar um passe ou partir para cima do adversário em velocidade e tentar o drible. Falta pouca coisa, meros detalhes, mas que farão com que o mineiro seja ainda mais produtivo para a equipe.
Agora é a hora da verdade. Contra o Atlético, no Mineirão, teremos mais uma boa idéia do que esse time é capaz. Vi o jogo do Galo contra o Palmeiras. O time mineiro partiu pra cima dos paulistas, sem dar a menor chance de reação. Vanderlei armou seu time para jogar fechado e sair no contra-ataque. Não conseguiu nem uma coisa nem outra. O Atlético, que já começa a mostrar os efeitos do trabalho do bom técnico Gallo, fez um e poderia ter feito outros três, não fosse Marcos o excelente goleiro que é.
Os mineiros jogam com três volantes, sendo um deles, Márcio Araújo, de estilo parecido ao de Ibson. Danilinho é o meia que se desloca pelos lados do campo, com inteligência e velocidade, abrindo espaço para a chegada de Araújo. O centroavante Eduardo é um perigo. Sabe se colocar e chuta bem e com força. Talvez Pet jogue. Para nós, não seria ruim. A velocidade com que joga o Atlético certamente seria comprometida.
Para sairmos do Mineirão com um resultado positivo, não podemos repetir os erros do Palmeiras. Caio Júnior deve ter assistido ao jogo. E viu que a melhor maneira de frear o ímpeto dos atleticanos é prender a bola no campo de ataque. Avançar as linhas. É possível que, com a ausência de Christian, nosso técnico opte pela entrada de Toró e o coloque para marcar individualmente a Danilinho. Pode funcionar. Se anularmos esse jogador, temos boas chances de sairmos de lá com os três pontos. A outra saída seria um meio-campo mais ofensivo, com Jaílton (que vem jogando bem), Kléberson, Ibson e Renato Augusto. A vantagem dessa formação é um melhor toque de bola, o que pode ajudar a explorar os vastos espaços que dá a defesa do Galo.
Outra coisa que me chamou a atenção em Atlético e Palmeiras foi o preparo físico dos mineiros. Se, no primeiro tempo eles correram de forma alucinante, a partir dos 20 minutos da segunda etapa o time cansou e começou a ceder espaços ao Palmeiras, que empatou e poderia até ter virado o jogo. Conversei ontem com um dos maiores responsáveis pela exuberância física que o Flamengo exibe nessa temporada, o fisiologista Paulo Figueiredo. Ele me garantiu que o time está pronto para a maratona de jogos que vem a seguir. Mais do que isso, me falou que os jogadores estão cientes de que o jogo mais importante é sempre o próximo. Bom saber. É assim que se ganha um campeonato de pontos corridos.
Sobre a permanência de Ibson, parabéns a Kleber Leite e à diretoria do Flamengo que, sem loucuras, garantiram mais um ano com nosso bom jogador. A destacar também, a vontade que Ibson demonstrou em ficar e o bom senso do empresário Eduardo Uran, tão combatido, mas que mostrou estar mais interessado no bem estar de seu atleta do que num lucro rápido.
Até terça!
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