domingo, 13 de abril de 2008

PÉ NO CHÃO
Eu tinha essa mania de esperar a quase perfeição quando se tratava do Flamengo. Coisas de quem foi mal-acostumado por anos e anos de um certo time que foi um sonho espetacular. Mas eu já acordei desse sonho faz tempo. O que eu espero hoje é muito, muito menos que o que eu já tive.
Ainda assim, as duas últimas passagens do Joel no Flamengo me deixaram com esperanças. Na anterior, ele saiu fora antes, e não deu para avaliar mais nada. Ano passado ele fez o que fez, com um time limitado, um feito quase impossível. Desculpe quem não concorda, mas o feito foi dele. O mérito é dele.
Isso posto, hoje eu cheguei a uma conclusão bastante preocupante: Joel é o cara de um time sem grandes opções. Ele consegue tirar leite de pedra, como tirou ano passado. Mas quando ele tem muitas opções, aí não é mais a praia dele.
Quando o time fez as contratações para a atual temporada, ficamos todos bastante entusiasmados porque, se com um time limitado ele tinha conseguido chegar onde chegou, a tendência seria um show este ano, certo?
Só que, fica cada dia mais claro, com o Joel não funciona desse jeito. Ele é o tipo do treinador que tem algumas armas que dão certo com a repetição e a motivação de um grupo fechado, pequeno e sem grandes variações.
Este ano, temos uma variedade bastante rara, considerando o padrão do clube nos últimos anos. E isso não funciona com o Joel. Ele não é capaz de armar várias alternativas, mesclar estilos diversos, adaptando-os aos diversos adversários e suas estratégias. Se alguém ouviu a entrevista do Cuca hoje na ESPN deve ter notado a grande inveja que ele tem do grupo de que o Joel dispõe, para fazer mudanças, variações táticas e técnicas, ajustes conforme as necessidades.
Mas o Joel tem a sua Tropa de Elite. O resto é como que um estorvo, uma complicação. Não uma vantagem. É aí que está a nossa frustração. Só que essa é a realidade. Não vai mudar. Se a Tropa e Elite continuar a se superar nos momentos decisivos, vamos festejar mais alguns títulos e amargar várias derrotas irritantes como a de hoje. Mas, principalmente, não vamos ver o time de várias alternativas que se revezam, em estilo, em tática e em padrão de jogo. Uma vez ou outra vamos ver um jogo ou um tempo de alto padrão, mas a maioria dos jogos vai ser chata, aborrecida e irritante.
Torço muito para que sirva pelo menos para uma Libertadores ou um Campeonato Brasileiro, pelo menos. Mas não vou me surpreender nem um pouco se não ganharmos nem o Carioca.

Flamengo Net

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