“O que fazia no Peru um solitário tricolor sacudindo seu pavilhão grenat?”
NAS ALTURAS, URUBU VOOU COMO CONDOR
Não é sempre que o Urubu visita seu primo andino, o Condor. Animado pelos bons fluidos da vitória sobre o Boca Juniors, subimos a Cordilheira e conseguimos a tão necessária vitória que nos manteve vivos. Estava eu ontem na Rua Antônio Basílio, de onde conseguia ouvir os poderosos cânticos na nossa torcida, pois estava a umas duas quadras de distância do Tijuca Tênis Clube.
O primeiro tempo foi relativamente tranqüilo, apesar de alguns sustos incômodos, salvos providencialmente pelas mãos de Bruno. O Cienciano não parecia grande coisa — honestamente, achei que ele jogou melhor no Maraca do que em seu próprio estádio —, mas sempre ficava aquele medo de que bastaria uma trapalhada, uma bobeira, um deslize da nossa defesa, para eles acabares saindo na frente. Aí, a vaca iria para o brejo.
O Flamengo Natalino resistiu, resistiu, e após tantos erros de passes e chutes, finalmente acertou uma jogada: Souza e Renato Augusto inverteram seus papéis, com o centroavante acertando um belo passe (para compensar as dezenas de passes errados do companheiro) e Renato concluiu com um belo chute (para compensar as conclusões bisonhas do amigo atacante). Placar inaugurado, nós na frente, o time acalmou, tocou a bola, Souza ainda teve tempo de perder mais um gol inacreditável e pouco tempo depois, chegamos ao 2x0. Enquanto os berros dos torcedores rubro-negros ecoavam pelos quarteirões tijucanos, os outros iam dormir mais cedo, desapontados. Um belo gol de falta para completar a goleada (uma raridade, nestes tempos bicudos) e a missão estava cumprida. Uma vitória fora de casa, a primeira no ano.
Ainda temos que melhorar muito para pensar nos adversários de maior porte que virão pela frente, e é bom que esta vitória não provoque crises de salto alto. Domingo, que venha o Botafogo.
Começa agora a temporada de decisões, tanto no Carioca como na Libertadores. Não é hora de bobear.
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