sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

NADANDO CONTRA A CORRENTE?
O parabéns
João Areosa _ Jornal do Brasil
Gostei de ver aquela cena rara no jogo do Flamengo. Qual cena? Apresso em lembrar: o time rubro-negro inteiro a se abraçar após o gol do Juan, festejando o aniversário do trêfego Obina.
Cena rara, sim, senhor! Nestes tempos de vaidades e de empresários gulosos, o jogador quer fazer a festa de gol sem colegas por perto. Foge na direção da câmera mais próxima, abrindo não um sorriso de satisfação, mas de cobiça pela grana com que lhe acenam.
Disse aos meus botões: "eis ali um grupo unido". Posso estar equivocado, mas se essa equipe está fechada como me deu a impressão de estar, creio que pode surgir um ano rubro-negro.


Alguém se lembra daquele jogo contra o Botafogo, na Arena da Ilha, aquele em que o Flamengo deu uma virada gloriosa e venceu um jogo que parecia perdido? Não faz muito, mas eram tempos de luta para não cair, desespero, orações a São Judas Tadeu, todo mundo lembra.
Hoje o astral é outro, a confiança cresce dia a dia, o colunista João Areosa resumiu muito bem: " "se essa equipe está fechada como me deu a impressão de estar, creio que pode surgir um ano rubro-negro".
Mas volto ao jogo da Arena. Alguém se lembra o que a torcida gritava a plenos pulmões naquele jogo? Eu não estava lá, mas em todos os sites e aqui no próprio BLOG o mote era "P.Q.P., é o melhor goleiro do Brasil!!!!!". De quem estou falando, do Bruno? Não, estou falando do Diego, aquele que alguns aqui apelidaram de "bracinho de jacaré".
Neste domingo, contra o Americano, vi o Bruno, que é um baita goleiro, cometer um erro primário de saída do gol e o Flamengo tomar um. Menos mal, estava dois a zero, a gente dominava e deu prá segurar a vitória. E se não desse? Dizem alguns aqui, o Bruno tem crédito. Concordo. Mas e o Diego, ele também não tem nem um centavo?
Esse papo é a senha para uma conversa mais abrangente. Estamos vendo o Renato Augusto comendo a bola. Domingo eu fiquei impressionado com duas coisas: o lançamento que o Obina fez pro Renato Augusto foi como de craque ( afinal, Obina é melhor do que o E’to, não é? ). Segundo, o Renato saiu atrás desse lançamento pelo menos um 8 metros atrás do zagueiro, chegou na frente e marcou aquele golaço. Ele é, hoje, nossa única promessa do famoso "craque o Flamengo faz em casa". Única?
Eu tenho uma paciência e uma confiança muuuuuuuuito especiais naqueles jogadores que sobem das categorias de base. Talvez porque nosso time dos sonhos, aquele que a enquete do Juca Kfouri consagrou como um dos dois melhores times do Brasil em todos os tempos, era recheado de crias da Gávea. Por isso fico fora dessa marcação cerrada que se faz contra alguns jogadores da base. O Diego é um deles. O próprio Jônatas foi muito criticado, ofendido até. O Adriano, foi outro. Hoje temos uma espécie de "pária" na Gávea, o Júnior. Não se dá mais nenhuma chance a ele, parece que ele é um fantasma que percorre as dependências do clube. E é um garoto, ainda. Talvez um pouco marrento, talvez muito mimado. Mas tem futebol, eu já o vi jogar bem algumas vezes. O Ney Franco parece ter uma habilidade especial – unir o grupo, criar empatia, fazer aflorar o espírito de equipe. Será que ele não consegue recuperar o Júnior para o futebol do Flamengo? Ou vamos deixá-lo encostado, como um leproso, ganhando para se tornar um ex-futuro-craque-em-quase-atividade? Acho um desperdício e, pior, acho pouco inteligente. Ele até comete algumas atitudes esquisitas, como essa de se recusar a ir jogar no Paraná por empréstimo. Mas será que não está faltando orientação, um psicólogo, um "paizão"? "Queimar" promessas deveria ser um crime contra a humanidade, do tipo daqueles cometidos nos campos de concentração nazistas. Eu cansei de ver as nossas, devidamente "queimadas" entre nós, irem se consagrar nos gramados dos mais diversos times, vide Paulo Nunes, Amoroso, Djalminha, Marcelinho, Adriano, Reinaldo, Hugo, etc. Eu sou daquele tipo que acha que se o cara é rubro-negro de coração, merece sempre mais uma chance. Podem me malhar à vontade. Não vou mudar de opinião.

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