E o Botafogo?
Um cara lá na comunidade do Flamengo no Orkut escreveu muito bem: quem está pra se afogar não tem que estar se preocupando com previdência privada - e, completo eu, nem se lamentando por não ter feito aulas de natação; tem é que dar um jeito de manter a cabeça fora d´água. A situação é de emergência, e a prioridade zero agora é sair dela. Deviam ter checado antes se o que estava na mochila era mesmo um pára-quedas, mas agora já era - o jeito é se virar com o que se tem. A diretoria fez o que dava pra ser feito no momento: levou o time pra fora e programou trabalho em tempo integral. Não importa se deviam ter feito antes. Quando isso acabar - seja lá como for que acabe -, a gente se mexe pra tentar fazer com que não se repita. Até lá, o negócio é se concentrar no que precisa ser feito para evitar o pior.
E o que precisa ser feito, pra começar, é vencer o Botafogo. Ganhando o jogo, o Flamengo sai da linha do rebaixamento. Só que, do outro lado, também tem outro time tradicional, de torcida, pensando da mesma maneira. Por isso, é importante trabalhar duro e conhecer o adversário, para poder ser melhor do que ele na hora em que a bola rolar.
O Botafogo tem um time pra lá de irregular. A começar por seu goleiro, capaz de fazer três ou quatro milagres e tomar dois frangaços no mesmo jogo - é pena não termos bons chutadores de fora da área. A zaga, da mesma maneira, não costuma ser segura. Se defendem melhor pelo alto do que pelo chão, pois os zagueiros não têm muita mobilidade - em especial o João Carlos, que não sei se vai entrar no domingo. A melhor receita para vencê-los é a movimentação, e bons passes do Felipe nas costas dos cabeças-de-área - ambos já de idade mais avançada - podem deixar a zaga em má situação.
No meio-campo, o Bonamigo vem escalando menos veteranos de uma só vez, o que pra eles é uma boa medida. Mas, de maneira geral, a velocidade não é o ponto forte no setor; eles conseguem se criar quando têm espaço para tocar a bola e vir se aproximando do ataque. Caio é o homem que alimenta os atacantes; não é capaz de grandes enfiadas, mas consegue criar situações de perigo vindo de trás e fazendo tabelas, e está em boa fase. No banco deverão estar dois jogadores capazes de fazer acelerar o ritmo do jogo ou cadenciá-lo, se for o caso: Almir e Valdo. O São Paulo se deu bem marcando mais à frente e tirando a tranquilidade na saída de bola. Mas, se der campo, periga o Botafogo acabar gostando do jogo.
A força ofensiva vem, além da aproximação do Caio, do apoio dos laterais Ruy (mais na vontade) e Jorginho Paulista (quando tem vontade). E, claro, da dupla de ataque com Alex Alves, que sabe fazer gols, e Ricardinho, que eu não conheço, mas é descrito como um jogador de velocidade. Nenhum dos dois é do tipo pesadão, e não é costume jogar pelo alto, a não ser em bolas paradas. O Athirson, especificamente, me parece uma opção pra lá de perigosa, até porque todo mundo já sabe que é o maior ponto fraco da defesa do Flamengo. Provavelmente, tanto o Ruy quanto o Ricardinho vão aparecer muito por esse setor, e quem vai ter que cobrir será algum dos nossos zagueiros reservas - entre eles deve estar o André Bahia, sem qualquer ritmo de jogo. Atenção redobrada aí. Já que o Athirson vai jogar mesmo, uma boa idéia seria colocar um atacante aberto nas costas do Ruy, para tentar evitar que ele avance tanto - ou para aproveitar o espaço deixado, caso ele ataque muito mesmo assim.
terça-feira, 16 de novembro de 2004
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